Cadernos Cajuína (Feb 2021)
PRELIMINARES RELACIONAIS ENTRE A VALIDADE DA ORIGEM E A ORIGEM DA VALIDADE
Abstract
Este diagnóstico teórico parte de um fardo latino-americano: a fé na ciência é um pilar da modernidade. Para isso, pondera algumas categorias analíticas de uma teoria sociológica que transita entre a busca da universalidade comunicativa (Habermas) e a crítica da intersubjetividade do sujeito (Foucault). Por paradoxal que possa vir a sugerir, retém na crítica da modernidade a defesa do projeto ocidental. É por isso, e nada mais, que se atem as racionalidades (episteme?) forjadas por estes filósofos-sociólogos ou sociólogos-filósofos (a indecisão precede o substantivo-adjetivo e, a nosso ver, é coerente manter se indeciso sem, no entanto, o ser contraditório). Ora, se Habermas postula o nascimento da racionalidade instrumental na modernidade, isto não o será tão claramente posto por Foucault. No fundamento, Habermas destaca basicamente três categorias analíticas: mundo da vida, racionalidade comunicativa e ação estratégica (ou sistêmica). Seu leimotiv é a construção de uma ética do discurso. Por questões didáticas, centrar-se-á na linguagem (e não na axiologia). Já a trajetória de Foucault é dividida em três períodos: a) a articulação dos saberes na Arqueologia; b) os dispositivos do poder na Genealogia; c) a conduta individual da Ética. Porém, e ante a teoria foucaultiana, seria possível discutir o tema do poder isolado do saber ou apartado da relação ética entre ambos e a partir de uma desrazão? Neste sentido, seu pano de fundo é a superação da problemática da subjetividade.