Revista Panamericana de Salud Pública ()

Chumbo no sangue de crianças e passivo ambiental de uma fundição de chumbo no Brasil

  • Fernando Martins Carvalho,
  • Annibal Muniz Silvany Neto,
  • Tania Mascarenhas Tavares,
  • Ângela Cristina Andrade Costa,
  • Carolina d'El Rei Chaves,
  • Luciano Dias Nascimento,
  • Márcia de Andrade Reis

DOI
https://doi.org/10.1590/S1020-49892003000100003
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 1
pp. 19 – 23

Abstract

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OBJETIVO: Determinar os níveis de chumbo no sangue de crianças que moravam próximo a uma fundição de chumbo desativada na Cidade de Santo Amaro da Purificação, Estado da Bahia, em setembro de 1998; e identificar fatores associados à variação destes níveis. MÉTODOS: Estudo de corte transversal com crianças de 1 a 4 anos de idade que residiam a menos de 1 km da fundição. Mães ou responsáveis por 47 crianças responderam questionários sobre transtornos do hábito alimentar (comer barro, terra, reboco ou outros materiais) e outros aspectos epidemiológicos relevantes. A concentração de chumbo no sangue foi determinada por espectrofotometria de absorção atômica. RESULTADOS: O nível médio de chumbo foi de 17,1 ± 7,3 mig/dL. Os níveis de chumbo no sangue foram cerca de 5 mig/dL mais elevados em crianças que tinham transtorno do hábito alimentar, independentemente da idade, presença de escória visível no peridomicílio, situação de emprego do pai, história familiar de intoxicação pelo chumbo e desnutrição. CONCLUSÕES: O passivo ambiental da fundição de chumbo, desativada em 1993, permanece como um fator de risco relevante para elevar os níveis desse metal no sangue de crianças, particularmente aquelas que apresentam transtornos do hábito alimentar.

Keywords