Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)
ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DO PROTOCOLO DE COLETA AUTÓLOGA DE CÉLULAS PROGENITORAS HEMATOPOIÉTICAS DE SANGUE PERIFÉRICO
Abstract
Introdução: A coleta de Células Progenitoras Hematopoéticas de Sangue Periférico (CPH-SP) é amplamente utilizada para o tratamento de pacientes acometidos por doenças hematológicas. A mobilização adequada de CD34+ depende de vários fatores, incluindo idade, sexo, diagnóstico, e o regime de mobilização utilizado. A coleta de CPH-SP é realizada de modo geral com fator de estimulação de colônia de granulócitos (G-CSF, 16 μg/kg/dia), uma glicoproteína que regula a produção e liberação de neutrófilos funcionais da medula óssea. No caso de mobilizações que não alcançaram o número de células desejadas (acima de 10×103/mLde CD34+) é inserido um antagonista do receptor de quimiocina 4 (Plerixafor, 0,24 mg/kg) para alcançar o mínimo de células necessárias para um transplante bem sucedido. Objetivo: Analisar a eficiência do protocolo de coleta de células progenitoras hematopoiéticas em dois serviços de hemoterapia em Curitiba-PR. Metodologia: Análise descritiva retrospectiva dos dados de coleta de CPH-SP autólogo do Instituto Pasquini e do Hemobancono período de janeiro de 2022 a março de 2023. Os parâmetros analisados foram a porcentagem de células CD34+ em sangue periférico de acordo agente mobilizador utilizado e a avaliação do produto final. Resultados: No período de janeiro de 2022 a março de 2023, foram analisados 96 pacientes que realizaram 135 coletas de CPH-SP autóloga seguindo o protocolo da instituição: processar três volemias do paciente, manter a taxa de infusão de AC abaixo de 1,2, podendo variar de acordo com a necessidade. Na instituição utiliza-se o protocolo com heparina (5.000 UI de heparina na bolsa ACD + 5.000 UI de heparina na bolsa do produto coletado), com objetivo de diminuir a proporção de Anticoagulante (ACD) levando a diminuição dos efeitos adversos associados à toxicidade do citrato. Desses pacientes, 58% necessitaram de mobilização com G-CSF e Plerixafor. A média de coletas dos pacientes que fizeram a estimulação combinada foi de 1,2, enquanto os pacientes que utilizaram somente G-CSF foi de 1,65. Os pacientes que realizaram a coleta somente com a estimulação por G-CSF apresentaram uma eficiência de coleta de 73,30%, enquanto os pacientes que receberam a estimulação combinada G-CSF + Plerixafor foi de 80,90%. Conclusão: O grupo de pacientes que necessitou de estimulação combinada apresentou um número de CD34+ circulante maior com essa estratégia, com uma redução de 27,2% na quantidade de coletas para atingir a contagem ideal de células no produto, o que fez com que os indivíduos fossem menos expostos aos riscos inerentes ao procedimento e apresentassem maior eficiência na coleta. Palavras-chave: CPH-SP Autólogo, Plerixafor, G-CSF, CD 34+, eficácia.