Planta Daninha (Dec 1998)

Influência da cobertura morta no comportamento do herbicida atrazine Influence of the mulch on the behavior of atrazine

  • Donizeti A. Fornarolli,
  • Benedito N. Rodrigues,
  • João de Lima,
  • Maria A. Valério

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-83581998000200003
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 2
pp. 97 – 107

Abstract

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A cobertura morta, oriunda da dessecação ou rolagem de plantas utilizadas para esta finalidade, faz parte do sistema de semeadura direta. Ao mesmo tempo que essa cobertura promove redução na densidade populacional das espécies invasoras, intercepta os herbicidas quando aplicados sobre sua superfície. Alguns autores têm sugerido aumentar as doses dos herbicidas, o que tem gerado polêmica sobre o assunto. Com o objetivo de estudar o comportamento do herbicida atrazine sobre cobertura morta, realizaram-se experimento de campo, bioensaios e análises cromatográficas de resíduos com esse herbicida, nas doses 0,0; 1,25; 2,50; 3,75 e 5,00 kg/ha do ingrediente ativo, aplicando-o em solo descoberto e sobre cobertura morta de palha de aveia preta, com 4,5 e 9,0 t/ha. Amostras de solo de 0 a 10 cm de profundidade foram coletadas após a aplicação, antes e depois de uma irrigação de 20 mm para uso em bioensaios e análises cromatográficas de resíduo. A irrigação foi realizada 24 horas após a aplicação do herbicida. Os resultados mostraram que, nas amostras de solo coletadas antes da irrigação, 85% de cada dose foi interceptada nos dois tratamentos com cobertura morta. A irrigação de 20 mm foi suficiente para lixiviar praticamente todo o herbicida da palha para o solo, não havendo diferença significativa com os teores encontrados em solo descoberto. A cobertura morta reduziu a população de Brachiaria plantaginea, única espécie presente no experimento, para 20 e 5 plantas/m2, respectivamente, nas coberturas com 4,5 e 9,0 t/ha de matéria seca, enquanto que em solo descoberto, a população da espécie foi de 700 plantas/m2. Os controles obtidos com as doses de 1,25 kg/ha, nas duas quantidades de palha estudadas, foram superiores ao controle obtido com a dose de 5,00 kg/ha em solo descoberto, indicando que a cobertura morta, por sí só, exerce bom controle de B. plantaginea. A ocorrência de chuva após a aplicação de atrazine na palha, melhora sua eficiência de controle.The plant residues are the main part of the no-till system. These covers reduce density of weed population, but intercept herbicides when applied on its surface. Some people suggest to increase the rate to compensate herbicide losses. Field experiment, bioassays and chromatographic analysis were made using atrazine at the rates zero, 1,25; 2,5; 3,75 and 5,0 kg/ha a.i. on 4.500 and 9.000 kg/ha of oat residues and soil without mulch. Soil samples were collected immediately after atrazine application. Twenty-four hours after atrazine application the field was irrigated with 20 mm and more samples were collected for bioassays and chromatographic analysis. The results showed that before irrigation, the oat residues intercepted close to 85% of any rate applied over 4500 and 9000 kg/ha respectively. Irrigation was enough to leach nearly all atrazine to soil surface. Nomulched soil and without herbicide presented close to 700 plants/m2 of Brachiaria plantaginea. Soil not treated with atrazine but covered with 4500 or 9000 kg/ha of oat residues, presented 20 and 5 plants/m2 of B. plantaginea, respectively. Control obtained with 1250 g/ha of atrazine in both covers was better than 5000 g/ha of atrazine on nonmulched soil.

Keywords