Acta Cirúrgica Brasileira (Jan 2002)

Alterações cronológicas do perfil dos pacientes e da modalidade de tratamento cirúrgico do megaesôfago chagásico

  • Reginaldo Ceneviva,
  • Ruy Ferreira-Santos,
  • José Sebastião dos Santos,
  • Ênio David Mente,
  • Ajith Kumar Sankarankutty

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-86502002000900026
Journal volume & issue
Vol. 17
pp. 125 – 128

Abstract

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OBJETIVO: Analisar eventuais mudanças no perfil de pacientes com megaesôfago chagásico e na escolha da modalidade de tratamento cirúrgico, mediante estudo comparativo de dois grupos de pacientes em períodos diferentes. MÉTODOS: Foram analisadas duas séries consecutivas de pacientes com megaesôfago chagásico tratados cirurgicamente em dois períodos de tempo: de 1955 a 1962 (n = 147) e de 1988 a 1998 (n = 100). A idade, a duração da disfagia e o estádio evolutivo da doença foram correlacionados com o tipo de cirurgia realizada. O grau do megaesôfago foi definido mediante exame radiológico padronizado. RESULTADOS: Houve redução no número de pacientes, aumento da idade média e diminuição da duração da disfagia no segundo período. As cirurgias de ressecção esofágica predominaram no primeiro e a cardiomiotomia no segundo período. CONCLUSÕES: O perfil dos pacientes com megaesôfago chagásico atendidos no HCFMRP-USP mudou, caracterizando-se pelo estádio mais precoce da doença. A assistência médica mais precoce resulta em modalidade terapêutica cirúrgica menos agressiva, com perspectiva de melhores resultados.OBJECTIVE: To analize the changes in the profile of the patients with chagasic megaesophagus and treatment modalities by comparing two groups of patients in different time periods. METHODS: Two series of consecutive patients with chagasic megaesophagus treated surgically were analized in two different time periods, between 1955 and 1962 (n=147) and between 1988 and1998 (n=100). The age, duration of disphagia and the stage of the disease were correlated to the type of surgical procedure. The degree of megaesophagus was defined radiologically. RESULTS: There was a reduction in the number of patients, an increase in the median age and a reduction in the duration of disphagia in the second time period. During the first period, ressectional procedures were more common, while cardiomiotomy predominated in the second. CONCLUSIONS: The profile of the patients with chagasic megaesophagus, treated at the HCFMRP-USP, has changed along the years, the main change being earlier stages of the disease. Earlier medical assistance results in less aggressive surgical procedures with the perspective of better outcomes.

Keywords