Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

SOBREVIDA GLOBAL DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA ACOMPANHADOS NA UNIDADE DE HEMATOLOGIA HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA

  • IL Pontes,
  • MS Cidrão,
  • JBSC Cidrão,
  • LA Gurgel,
  • FET Filho,
  • FM Cunha,
  • KMC Albuquerque,
  • DS Oliveira,
  • FAC Silva,
  • RM Ribeiro

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S285

Abstract

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Introdução/Objetivos: A leucemia mieloide aguda (LMA) é uma enfermidade heterogênea e de manejo complexo, especialmente pela indisponibilidade de drogas-alvo no serviço público. Desse modo, é vital que os serviços públicos possam dispor de dados sobre o desfecho de seus pacientes para avaliar os fatores que possam interferir nesses resultados clínicos; Material e métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, utilizando dados dos internamentos de pacientes na unidade de Hematologia do Hospital Geral de Fortaleza do período de 03/08/2015 a 19/07/2023. Os dados foram expressos em termos de mediana (intervalo interquartil - IQR). Foram utilizados testes não-paramétricos para avaliação de variáveis não pareadas. Para a avaliação de chance de sobrevida, foi utilizado o método de Kaplan-Meier, bem como, o modelo de regressão de Cox. Foram considerados estatisticamente significativos valores de p-valor < 0,05. Resultados: No transcurso do período avaliado foram internados 48 pacientes com LMA, dos quais 58,3% eram do sexo masculino. A mediana de idade foi de 52 anos (IQR: 35,7-57,7). 47,9% dos pacientes possuíam, aos diagnósticos, critérios de alto risco. Durante o período de indução, houve uma taxa de 47,9% de pacientes que entraram em remissão. A mediana de sobrevida foi de 8,9 meses (IQR: 1,6-18,9). Discussão: Os resultados demonstram que a maioria dos pacientes era do sexo masculino, condizente com os dados da literatura. A mediana de idade foi cerca de 20 anos, inferior aos dados consolidados internacionalmente, o que pode ser justificado pelo fato que na enfermaria de hematologia são internados preferencialmente os aptos à quimioterapia intensiva. A taxa reduzida de pacientes que entraram em remissão e o nível reduzido de sobrevida demonstram a importância do acesso no sistema público de novas drogas capazes de melhorar a resposta desse grupo de pacientes. O transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas se mostrou eficaz na melhoria do desfecho desses pacientes, aumentando a sobrevida mediana em cerca de 2,6 vezes. Conclusão: O acesso a testes diagnósticos, proporcionando melhor estratificação de pacientes com LMA, a maior disponibilidade de terapias alvo no sistema público e o transplante direcionados a paciente com benefício a médio longo-prazo, pode, possivelmente, melhorar a sobrevida de pacientes tratados em instituições públicas.