Políticas Culturais em Revista (Mar 2014)
OS CAMINHOS DO PATRIMÔNIO: O PROCESSO DE PATRIMONIALIZAÇÃO DA PRAÇA DO FERREIRA, NA CIDADE DE FORTALEZA-CE.
Abstract
Este artigo objetiva analisar o Processo de Patrimonialização da Praça do Ferreira, importante logradouro da cidade de Fortaleza, fundado em 1843 pelo boticário e Intendente Antonio Rodrigues Ferreira que tinha a sua botica e residência na Praça, a qual leva seu nome em virtude de uma homenagem póstuma feita a ele pela Intendência Municipal em 1871. Aqui nos detemos as duas das três fases que efetivaram esse processo de reconhecimento da referida Praça como ícone e patrimônio cultural da cidade: a primeira iniciada com a sua última reforma em 1991, realizada pelo prefeito Juraci Magalhães, a segunda com a Campanha Eleja Fortaleza, promovida pelo Banco Itaú em parceria com o Sistema Verdes Mares de Comunicação e Prefeitura de Fortaleza, em 2001, que visava escolher o Ícone da cidade, culminando com a Lei nº 8.605/2001, que a considerou como Marco Histórico e Patrimonial de Fortaleza. Utilizamos como fontes o jornal Diário do Nordeste e documentos da Câmara Municipal de Fortaleza, lócus no qual tramitou todo o processo resultando na Lei nº 8.605. Entender o que vem a ser esse Processo de Patrimonialização constitui o cerne deste trabalho. No Brasil, este conceito ainda é pouco abordado, contudo na França e em Portugal ele consta já há algum tempo no cenário acadêmico com autores como François Hartog, Paulo Peixoto e Xerardo Pereiro. Percebemos com a pesquisa que o Processo de Patrimonialização da Praça do Ferreira não tem os mesmos efeitos de um tombamento formal, pois ele não impede que ela sofra intervenções que a modifique. Palavras-chave: Praça do Ferreira. Processo de Patrimonialização. Campanha Eleja Fortaleza. Marco Histórico e Patrimonial de Fortaleza.