Brazilian Journal of Transplantation (Jun 2020)

FALHAS OBSERVADAS NO ATENDIMENTO DE DOADORES NÃO EFETIVOS E NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS APONTADAS POR SEUS FAMILIARES: POR QUE ELES NÃO DOARAM?

  • Simey de Lima Lopes Rodrigues,
  • Ilka de Fatima Santana Ferreira Boin,
  • Helder Jose Lessa Zambelli,
  • Luiz Antônio da Costa Sardinha,
  • Marli Elisa Nascimento Fernandes

DOI
https://doi.org/10.53855/bjt.v23i3.32
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 3

Abstract

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Objetivo: Constatar a percepção das famílias não doadoras quanto ao atendimento recebido durante a hospitalização de seu ente querido, o doador não efetivo, bem como conhecer as necessidades dos cuidados requisitados por familiares que vivenciaram esse processo. Método: Estudo exploratório de abordagem qualitativa, tendo sido entrevistados mediante sorteio dez familiares que recusaram a doação de órgãos e tecidos no ano de 2015. Através de entrevistas semiestruturadas, foram coletados dados sociodemográficos dos familiares e relativos à experiência familiar do internamento de seus entes queridos. O material do discurso foi transcrito e submetido à análise de conteúdo temático. Resultados: Foram encontradas as categorias: insatisfação familiar com os serviços prestados nas unidades de emergência, percepção da necessidade de apoio psicológico e social manifestado pela família não doadora, necessidade de humanizar o processo de doação e sugestões apontadas pelos familiares para melhorar o processo de doação. Conclusões: Os participantes apontaram falhas no atendimento do potencial doador desde o primeiro atendimento prestado nas unidades de emergência, relacionadas à competência técnica e humanística; observou-se maior necessidade em humanizar as relações entre os profissionais de saúde e os familiares nos ambientes de cuidados intensivos, que mantiveram limitação para horário e número de visitas e no esclarecimento de informações aos familiares; constatou-se adoecimento dessas famílias e ausência de suporte socioemocional após vivenciarem esse processo. Ademais, acreditamos que práticas de atenção à saúde poderão ser discutidas, para ampliar a consciência social sobre essa temática e garantir cuidado a essas famílias, podendo contribuir para melhora dos índices de doação no Brasil.

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