Revista Brasileira de Geomorfologia (Jan 2019)

DELIMITAÇÃO DE ÁREAS INUNDÁVEIS NO CENTRO URBANO DE AMARANTE, NORTE DE PORTUGAL, UTILIZANDO O SOFTWARE IBER

  • Márcia Castro Martins,
  • António Alberto Teixeira Gomes,
  • Pedro Pinto Santos

DOI
https://doi.org/10.20502/rbg.v20i1.1407
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 1

Abstract

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A análise das cheias e inundações, processos hidrogeomorfológicos extremos e potencialmente devastadores, é importante sobretudo em territórios frequentemente afetados, como é o caso do território português, onde estes desastres naturais provocam avultadas perdas e danos, afetando pessoas, bens e serviços em várias regiões do país. Neste sentido, procedemos à análise das cheias no centro urbano da cidade de Amarante (Norte de Portugal), tendo como principal objetivo a delimitação de áreas inundáveis, bem como a determinação de outros parâmetros descritivos da inundação: profundidade da água e velocidade do fluxo. Assim, recorremos à modelação hidráulica utilizando o software Iber que usa um modelo matemático bidimensional para a simulação do fluxo da água em rios e estuários (Bladé et al., 2012). Os resultados obtidos mostram as áreas mais críticas à ocorrência destes eventos extremos sendo que, no caso da cidade de Amarante, se destacam dois arruamentos da margem esquerda do rio Tâmega (Rua 31 de Janeiro e Largo Conselheiro António Cândido). Estas ruas concentram muitas atividades e serviços o que faz com que sejam bastante movimentadas podendo, em caso de cheia, provocar elevados prejuízos e danos materiais nos vários estabelecimentos comerciais. Para além disso, através dos resultados percebemos a grande influência que a ponte existente no setor em estudo (ponte histórica de São Gonçalo) tem no agravamento destes processos, visto que funciona como estrangulamento do vale e barreira à livre circulação da corrente. A aplicação da modelação hidráulica no estudo das cheias e inundações revela-se uma mais-valia, pois é um processo que gera resultados fiáveis que permitem avaliar as áreas críticas à ocorrência destes eventos, através da elaboração de cartografia que se assume como um importante instrumento de suporte a um adequado ordenamento do território. Contudo, é necessário salientar que a modelação hidráulica está muito dependente dos dados de base, nomeadamente, de um modelo digital de superfície (MDS) pormenorizado.

Keywords