UNINGÁ Review (Sep 2019)
ALTERAÇÕES NOS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS, BIOQUÍMICOS E HORMONAIS EM CÃES DA POLÍCIA MILITAR DE MARINGÁ / PR APÓS TREINAMENTO
Abstract
O cão de patrulha tem uma função extremamente importante junto ao serviço da Polícia Militar. O estresse desta função pode promover importantes alterações hematológicas, bioquímicas e hormonais. Objetivou-se avaliar os efeitos do treinamento de patrulha/choque nos parâmetros hematológicos, na glicose, aspartato aminotransferase (ALT), creatina quinase (CK), lactato e cortisol de cães do 4º Batalhão da Polícia Militar de Maringá/PR. Seis cães machos da raça Rottweiler, hígidos, com idade entre 4 e 5 anos, realizaram o treinamento de patrulha/choque com duração exata de 20 minutos. No treinamento de patrulha/choque o cão realizou: atividade de obediência básica (7´); abordagem do suspeito na viatura, sem reação (3´ 30´´); abordagem do suspeito na viatura, com reação (3´ 30´´); abordagem do suspeito a pé, sem reação (3´) e, por fim, abordagem do suspeito a pé, com reação (3´). As amostras de sangue foram obtidas antes do treinamento, logo após o término do treinamento, e posteriormente, após 20´ e 40´do término. As amostras foram encaminhadas para o Laboratório de Patologia Clínica da Clínica Veterinária – UNINGÁ para análise, exceto para avaliação do cortisol, encaminhado para empresa terceirizada. Os dados obtidos foram avaliados utilizando o software Sisvar® - análise de variância (Teste F – 5%) e teste de média (Tukey – 5%) e revelaram que não houve diferença significativa no perfil hematológico e da CK, AST e glicose. Entretanto houve diferença significativa (p<0,05) entre os diferentes tempos experimentais nas variáveis lactato e cortisol. A concentração de lactato ao término do treinamento aumentou significativamente (65,53 mg/dL) diferindo das demais concentrações médias nos outros tempos experimentais. Para o cortisol, houve aumento na concentração média (3,37 μg/dL) logo após o término do treinamento, subsequente, observou-se diminuição nas concentrações. De maneira geral, as alterações nos níveis de cortisol e lactato caracterizam o estresse agudo imposto pelo treinamento e fadiga muscular, respectivamente. Conclui-se que o treinamento realizado pelos cães não ocasionou mudanças significativas no perfil hematológico e na maioria das variáveis bioquímicas analisadas, sendo o aumento da concentração de lactato e cortisol esperados para cães que apresentam rotina de atividades físicas, como as impostas pelo treinamento policial.