Educação em Revista (Dec 2007)

Sexos, sexualidades e gêneros: monstruosidades no currículo da Educação Sexual Sexes, sexualities and genders: monsters in Sexual Education curriculum

  • Jimena Furlani

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-46982007000200011
Journal volume & issue
no. 46
pp. 269 – 285

Abstract

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Apresento um exercício de análise cultural, a partir da frase "Que bicho é esse?" - do livro paradidático infantil (Lopes, 2000) para se referir a "sexo" e "sexualidade". Problematizo as potencialidades reflexivas da Educação Sexual tendo como referência a "Pedagogia dos Monstros" (Cohen, 2000) e a "desconstrução" como método analítico, articulando-as com teorizações nos campos dos Estudos Culturais e Feministas, sob a perspectiva pós-estruturalista de análise. Na Escola "os sexos", "as sexualidades" e "os gêneros" podem ser pensados como "monstros curriculares", assim como todo assunto marcado pela polêmica, pela provisoriedade, pela normalização. Como fenômeno metafórico cultural "os monstros" subordinam-se aos padrões hegemônicos da cultura normativa ao mesmo tempo em que resistem a eles. Essa resistência permite que, na Educação Sexual, os processos constituintes da normalidade e da desigualdade possam ser permanentemente postos em questão.I present an exercise of cultural analysis using the sentence "What is this thing?", from the children's textbook (Lopes, 2000) to refer to "sex" and "sexuality". I discuss the reflexive potential in Sexual Education, having as a reference Pedagogy of the Monsters (Cohen, 2000) and the "deconstruction" as an analytical method, associating them with theories in the fields of Cultural Studies and Feminist Studies, under the post-structuralist perspective of analysis. At school, "the sexes", "the sexualities" and "the genres" can be thought as "curricular monsters", as well as all the subjects marked by controversy, fleetness, normalization. As a cultural metaphoric phenomenon, "the monsters" subordinate themselves to the hegemonic standards of the normative culture at the same time they resist to them. This resistance allows the constituent processes of normality and the inequality in Sexual Education can be permanently questioned.

Keywords