Revista de Enfermagem Referência (Dec 2010)
A pessoa com Insuficiência Cardíaca. Factores que facilitam/dificultam a transição saúde/doença A pessoa con Insuficiencia Cardíaca. Factores que facilitan/dificultan la transición salud/enfermedad The person with Heart Failure. Factors that facilitate / imped the health / disease transition
Abstract
A Insuficiência Cardíaca (IC) é responsável por elevados índices de morbilidade, obstáculos ao Autocuidado. No sentido de desenvolver uma acção profissionalizada que facilite a vivência com esta patologia é imperativo conhecer o impacto no Autocuidado da pessoa com IC, face ao processo de Transição saúde-doença, remetendo para o Modelo de Transição de Afaf Meleis. Material e Métodos: Optámos por uma abordagem qualitativa, sendo a amostra seleccionada intencionalmente, tendo sido realizadas entrevistas semi-estruturadas. A recolha e análise dos dados foram realizadas de acordo com o método de análise comparativa constante - Grounded Theory. Resultados: Emergiram dos dados três categorias principais: “O Que Mudou em Mim”; “O que faço hoje diferente” e Factores que interferem com a transição. “O Que Mudou em Mim” representa as respostas corporais à doença, o impacto no autocuidado e os processos psicosociais. Face a estas mudanças desenvolvem estratégias que se inserem na gestão de um regime terapêutico: gestão da actividade/repouso, alimentação, medicamentos que agrupamos na categoria “O que faço hoje diferente”. O suporte familiar emerge como o factor facilitador enquanto transições simultâneas e o factor económico surgem como os que mais dificultam. Conclusões: No quotidiano as alterações no autocuidado e capacidade de autocontrolo, revelam grandes necessidades físicas e psicológicas, às quais os enfermeiros precisam responder de uma forma profissionalizada.La Insuficiencia Cardíaca (IC) es responsable por elevados índices de morbilidad, obstáculos al auto-cuidado. A fin de desarrollar una acción profesionalizada que facilite la convivencia con esta patología es imperativo conocer el impacto en el auto-cuidado de la persona con IC, en comparación con el proceso de transición salud/enfermedad, en referencia al Modelo de Transición de Afaf Meleis. Material y Métodos: Optamos por un enfoque cualitativo, una muestra seleccionada intencionalmente, y se realizaron entrevistas semi-estruturadas. La recolección y análisis dos datos se realizaron de acuerdo con el método de análisis comparativa constante - Grounded Theory. Resultados: Emergieron de los datos tres categorías principales: “Lo que cambió en mí”; “Lo que hago hoy de forma diferente” y factores que interfieren con la transición. “Lo que cambió en mí” representa las respuestas corporales a la enfermedad, el impacto en el auto-cuidado y los procesos psicosociales. Ante estos cambios, desarrollan estrategias que se insieren en la gestión de un régimen terapéutico: gestión de la actividad/reposo, alimentación, medicamentos que agrupamos en la categoría “Lo que hago hoy de forma diferente”. El apoyo familiar emerge como el factor facilitador mientras que las transiciones simultáneas y el factor económico surgen como los que más dificultan. Conclusiones: En el cotidiano las alteraciones en el auto-cuidado y capacidad de autocontrol, revelan grandes necesidades físicas y psicológicas, a las cuales los enfermeros necesitan responder de una forma profesionalizada.Heart failure (HF) is responsible for high rates of morbidity and barriers to self-care. In order to develop professional action that facilitates living with this disease it is imperative to know the impact on self-care of people with IC in relation to the health-illness transition process, with reference to the Transition Model of Afaf Meleis. Methods: We chose a qualitative approach, the sample was purposively selected, and semi-structured interviews were conducted. Data collection and analysis were performed according to the constant comparative analysis method of Grounded Theory. Results: Three main categories emerged from the data: “What Has Changed in Me,” “What do I do differently today” and “Factors that interfere with the transition”. “What Has Changed in Me” represents bodily responses to the disease, the impact on self-care and psychosocial processes. Faced with these changes, interviewees developed strategies in relation to the implementation of the therapeutic regimen: management of the activity / rest, food, medicines; these were grouped under the category “What I do differently today.” Family support emerged as a facilitating factor, while simultaneous transitions and economic factors emerged as the most difficult. Conclusions: In daily life, changes in self-care ability and self-monitoring revealed many physical and psychological needs to which nurses need to respond in a professional manner.