Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (Feb 1984)

Inquérito com paracoccidioidina em uma população da Bahia (Brasil) A survey with paracoccidioidin in a population of Bahia (Brazil)

  • Jacy Amaral F. de Andrade,
  • Tarcisio Matos de Andrade,
  • Carlos da Silva Lacaz,
  • Maria Conceição Rodrigues,
  • Martim Preuss,
  • Rosemarie Lorenço,
  • Roberto Badaró

Journal volume & issue
Vol. 26, no. 1
pp. 1 – 6

Abstract

Read online

No Município de Una, localizado ao Sul do Estado da Bahia, em área com registro freqüente de casos de leishmaniose tegumentar, foram estudados 177 indivíduos, na faixa etária entre três meses e 73 anos, através de provas intradérmicas com paracoccidioidina (antígeno péptido-polissacarídico do Paracoccidioides brasiliensis). Positividade foi obtida em dez indivíduos (5,6%). Somente foi considerada positiva a reação que apresentava enduração igual ou maior que 5 mm. Em nenhum dos casos positivos à paracoccidioidina havia evidência clínica de lesões blastomicóticas. Com os soros dos indivíduos positivos à paracoccidioidina, foram realizadas provas de imunodifusão dupla e contraimunoeletroforese, com resultados negativos para anticorpos circulantes anti-P. brasiliensis. Este dado indica que, em nenhum dos reatores à paracoccidioidina, havia processo infeccioso em atividade. O percentual de positividade obtido com a paracoccidioidina, em que pesem eventuais reações cruzadas com histoplasmose, sugere a ocorrência da paracoccidioidomicose na área estudada.A survey was performed in the municipal district of Una, localized in the Southern area of the State of Bahia, where cutaneous leishmaniasis is endemic. One hundred and seventy-seven individuals with age group ranging from three months to seventy three years, were studied through skin tests with paracoccidioidin (peptide-polysaccharidic antigen of P. brasiliensis). Positivity was shown in ten individuals (5.6%). Only the test presenting enduration equal or higher than five millimeters was considered positive. No positive case showed clinical evidence of lesions. The sera from positive cases were studied through immunodiffusion and counter-immuno-electrophoresis tests. The results were negative for circulating antibodies to P. brasiliensis. This datum point out the absence of active infectious process in the individuals positive to paracoccidioidin. The percentage of positivity obtained through skin tests with paracoccidioidin, even so eventual cross reactions with histoplasmin could be present, suggests the occurrence of paracoccidioidomycosis in the studied area.