Horizontes Antropológicos ()

Na fronteira: mobilidades xamânicas entre Brasil e Guiana Francesa

  • Ugo Maia Andrade

DOI
https://doi.org/10.1590/s0104-71832018000200008
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 51
pp. 203 – 227

Abstract

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Resumo Um complexo cenário de relações caracteriza a fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa, guardada pelo rio Oiapoque e habitada por 7000 índios. Habituados a deslocamentos contínuos para os principais centros urbanos regionais, os povos indígenas do Oiapoque têm uma longa história de interação com aglomerados populacionais de brasileiros, créoles e Saramaká. Por conta disso, famílias karipuna, galibi-kali’na, galibi-marworno e palikur habitam a aldeia e a cidade, transitando regularmente entre ambas e proporcionando novos aportes de conhecimentos ao xamanismo regional que dinamizam, revitalizam e transformam práticas e ideologias xamânicas em diálogo com formas congêneres situadas do outro lado das fronteiras territoriais e/ou simbólicas. Este artigo busca explicitar etnograficamente esse campo de relações e discutir a presença das formas de mediação que emergem nas fronteiras (entre sujeitos, práticas rituais, territórios, etc.), propondo refletir acerca das transformações do xamanismo regional e das novas modalidades que ele vem assumindo.

Keywords