Revista de Saúde Pública (Aug 2003)

Aspectos psicossociais do trabalho e distúrbios psíquicos entre trabalhadoras de enfermagem Work psychosocial aspects and psychological distress among nurses

  • Tânia M Araújo,
  • Estela Aquino,
  • Greice Menezes,
  • Cristiane  Oliveira Santos,
  • Lia Aguiar

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89102003000400006
Journal volume & issue
Vol. 37, no. 4
pp. 424 – 433

Abstract

Read online

OBJETIVO: Avaliar a associação entre demanda psicológica e controle sobre o trabalho e a ocorrência de distúrbios psíquicos menores entre trabalhadoras de enfermagem. MÉTODOS: Estudo de corte transversal, incluindo 502 trabalhadoras de enfermagem de um hospital público de Salvador, Bahia. O Modelo Demanda-Controle, de Karasek, foi utilizado para avaliar as dimensões psicossociais estudadas. Para mensuração de distúrbios psíquicos menores (DPM), utilizou-se o SRQ-20. RESULTADOS: A prevalência de DPM foi 33,3%, variando de 20,0% entre enfermeiras a 36,4% entre auxiliares. Observou-se nítido gradiente tipo dose-resposta de associação positiva entre demanda psicológica e DPM, e associação negativa entre controle sobre o trabalho e DPM. A prevalência de DPM foi mais elevada (RP=2,6; IC95%: 1,81-3,75) no quadrante de trabalho em alta exigência (alta demanda, baixo controle), quando comparado às profissionais em trabalho de baixa exigência (baixa demanda, alto controle), depois de ajustado, num modelo de regressão logística múltipla, por potenciais confundidores. CONCLUSÕES: Os achados reforçam a relevância da adoção de medidas de intervenção na estrutura organizacional, de modo a elevar o controle sobre o trabalho e redimensionar os níveis de demanda psicológica.OBJECTIVE: To evaluate the association between psychological demand and job control and demand with psychological distress among nurses. METHODS: A cross-sectional study included 502 female nurses working in a public hospital at the city of Salvador, state of Bahia, Brazil. The Demand-Control Model proposed by Karasek to evaluate the association between job control-demand and psychological distress was adopted. The SRQ-20 was used to measure psychological distress. RESULTS: The prevalence of psychological distress was 33.3%, ranging from 20.0% among lady nurses to 36.4%, among nurse assistants. Strong dose-response gradients were observed between demand and psychological distress and the negative association between job control and psychological distress. Prevalence of psychological distress was higher (PR=2.6; 95% CI: 1.81-3.75) among professionals in high-strain jobs (high demand, low control) when compared to professionals in low-strain jobs (low demand, high control), after adjustment by potential confounders in a logistic multiple regression model. CONCLUSIONS: Study findings reinforce the relevance of intervening in the organizational structure in order to increase control upon job and adjust the levels of psychological demands.

Keywords