Revista Estudos Feministas (Dec 2009)
Construindo uma política feminista translocal da tradução Enacting a Translocal Feminist Politics of Translation
Abstract
Nosso projeto coletivo Translocalities/Translocalidades: Feminist Politics of Translation in the Latin/a Américas (Políticas Feministas de Tradução na América Latina) explora como discursos e práticas feministas viajam por uma variedade de lugares e direções e acabam se tornando paradigmas interpretativos para a leitura/escrita de questões de classe, gênero, sexualidade, migração, saúde, cidadania, política e circulação de identidades e textos. Sustentamos que a tradução é política e teoricamente indispensável para forjar epistemologias e alianças políticas feministas, antirracistas e pós-coloniais/pós-ocidentais, pois as Américas Latinas - enquanto formação cultural transfronteiriça e não territorialmente delimitada - devem ser entendidas como translocais em dois sentidos. O primeiro sentido que usamos - o de translocalidade - parte de movimentos além das concepções da "política da localização" empregadas pelo feminismo terceiro-mundista estadunidense. Mais do que "migrar" e "se assimilar", muitas pessoas nas Américas Latinas cada vez mais se movem de um lado para outro entre localidades, entre lugares historicamente situados e culturalmente específicos, ainda que porosos, atravessando múltiplas fronteiras, e não apenas entre nações (como deixa a entender o termo "migração transnacional", por exemplo). Empregamos a expressão translocal, então, em um segundo sentido, que chamamos de translocalidades, precisamente para capturar esses cruzamentos e movimentos multidirecionaisOur collective project on Translocalities/Translocalidades: Feminist Politics of Translation in the Latin/a Américas explores how feminist discourses and practices travel across a variety of sites and directionalities to become interpretive paradigms to read/write issues of class, gender, race, sexuality, migration, health, social movements, citizenship, politics, and the circulation of identities and texts. Translation is politically and theoretically indispensable to forging feminist, anti-racist, postcolonial/postoccidentalist political alliances and epistemologies because the Latin/a Américas - as a transborder cultural formation rather than a territorially delimited one - must be understood as translocal in a dual sense. The first sense we will deploy - that of translocation builds on but moves beyond US Third World feminist conceptions of the "politics of location." Rather than "immigrating" and "assimilating," moreover, many people in the Latin/a Américas increasingly move back and forth between localities, between historically situated and culturally specific, though increasingly porous, places, across multiple borders, and not just between nations (as implied in the term "transnational migration," for instance). We therefore deploy the notion of translocal in a second sense, which we call translocalities/translocalidades, precisely to capture these multidirectional crossings and movements
Keywords