Extraprensa (May 2022)
Vida favorecida colorida: vou te contar, a vida na favela não é fácil não!
Abstract
Com base em nossas experiências de docência compartilhada em sala de aula com professores e estudantes do 7º ano em uma escola municipal, destacamos as afinidades entre as narrativas de videoclipes de rappers do próprio território das comunidades do entorno e as vivências dos jovens, de maneira a potencializar reflexões críticas e uma escrita sensível às mazelas que os atingem como sujeitos. Ao propor videoclipes, como “De onde eu venho” (Edi Rock e Mc Pedrinho, 2019), testemunhamos o despertar de uma memória afrodiaspórica e a escrita de raps pelos próprios estudantes sobre o significado de suas origens, como estratégia de denúncia e de combate às desigualdades raciais e de classe. Propomos uma leitura desta experiência dos pontos de vista, estético (BENJAMIN, 1980; ADORNO, 1986), do território (SANTOS, 1998, 2009) e de uma narrativa engajada, presente na literatura (JESUS, 2020; HOOKS, 2017) e na poesia do rap.