O Psicólogo na comunidade e os riscos psicossociais no trabalho em saúde comunitária

Abstract

O artigo investiga a prática da psicologia comunitária a partir de relatos dos próprios profissionais; para tanto, foram realizadas entrevistas com Psicólogos que trabalhem em saúde comunitária. A pesquisa foi realizada por alunos de uma universidade privada da cidade de São Paulo, em 2015 e 2016, como atividade da disciplina Psicologia Social Comunitária I e II. O objetivo foi possibilitar aos estudantes o contato com o trabalho deste profissional: local de trabalho, público atendido, práticas utilizadas, objetivos do trabalho, aspectos satisfatórios e insatisfatórios. Em seguida, os dados foram analisados em conjunto de modo a traçar um perfil preliminar deste profissional, assim como as principais características de sua atividade. Os resultados demonstram foco no desenvolvimento humano e social, apesar das dificuldades e desafios em relação à eficácia e manutenção de suas ações; observou-se também a proeminência de uma profissão feminina, com atuação majoritária em equipamentos públicos e com riscos iminentes. Os riscos foram analisados com base nos aspectos insatisfatórios relatados e a partir da noção de riscos psicossociais. Observou-se que existe uma lacuna na formação para atuação em saúde comunitária, concluindo-se pela importância atribuída à necessidade de uma formação profissional eticamente orientada.