Jornal Brasileiro de Pneumologia (Apr 2009)
Infecção por Mycobacterium tuberculosis entre agentes comunitários de saúde que atuam no controle da TB Mycobacterium tuberculosis infection among community health workers involved in TB control
Abstract
OBJETIVO: Avaliar a incidência de infecção por Mycobacterium tuberculosis através da prova tuberculínica em agentes comunitários de saúde (ACS) que acompanham pacientes em tratamento de TB no município de Cachoeiro de Itapemirim (ES). MÉTODOS: Incluímos 30 ACS que atuam no Programa de Saúde da Família e 30 de seus familiares residentes no mesmo domicílio. Comparamos o resultado do teste tuberculínico de cada ACS e do membro familiar correspondente. RESULTADOS: Entre os 30 ACS, 27 (90,0%) eram do sexo feminino, ao passo que entre os 30 familiares, 23 (76,7%) eram do sexo feminino (p = 0,299). A idade média do grupo ACS e do grupo dos familiares foi, respectivamente, 36,8 e 39,7 anos. Não houve diferença estatística no nível de escolaridade entre os grupos estudados. Na investigação da exposição ao M. tuberculosis, o mesmo número de indivíduos nos dois grupos afirmou conhecer ou já ter tido algum contato com paciente com TB (17 indivíduos; 56,7%). Houve diferença estatisticamente significativa quanto ao resultado positivo da prova tuberculínica nos dois grupos (26,7% no grupo ACS e 3,3% no grupo de familiares; p = 0,011). CONCLUSÕES: A infecção por M. tuberculosis entre os ACS foi significativamente maior que entre seus familiares, e isso contribui para o debate em torno do risco ocupacional envolvido nas atividades destes profissionais.OBJECTIVE: To evaluate the incidence of Mycobacterium tuberculosis infection, using tuberculin skin test, among community health agents (CHAs) monitoring TB patients in the city of Cachoeiro de Itapemirim, Brazil. METHODS: We included 30 CHAs acting in the Family Health Program and 30 of their family members residing in the same household. The tuberculin skin test results of each CHA were compared with those of the corresponding family member. RESULTS: Of the 30 CHAs, 27 (90.0%) were female, compared with 23 (76.7%) of the 30 family members (p = 0.299). The mean age of the CHA group and of the family member group was, respectively, 36.8 and 39.7 years. No statistically significant difference was found between the groups regarding the level of education. Regarding M. tuberculosis exposure, the same number of participants in the two groups reported having known or had contact with a TB patient (17 individuals; 56.7%). There was a statistically significant difference regarding positive tuberculin skin test results (26.7% in the CHA groupand 3.3% in the family member group; p = 0,011). CONCLUSIONS: M. tuberculosis infection was significantly higher among CHAs than among their family members, fueling the debate on the occupational risk involved in the activities of these professionals.
Keywords