Revista Brasileira de Epidemiologia (Jun 2012)

Vacinação contra hepatite B e fatores associados entre cirurgiões-dentistas Hepatitis B vaccination and associated factors among dentists

  • Raquel Conceição Ferreira,
  • André Luiz Senna Guimarães,
  • Rodrigo Dantas Pereira,
  • Roberta Maia Andrade,
  • Renata Pamponet Xavier,
  • Andréa Maria Eleutério de Barros Lima Martins

DOI
https://doi.org/10.1590/S1415-790X2012000200009
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 2
pp. 315 – 323

Abstract

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OBJETIVO: Estimou-se a prevalência e investigaram-se os fatores associados à vacinação contra hepatite B e os motivos para não vacinação entre cirurgiões-dentistas. MÉTODOS: Os dados foram coletados por meio de um questionário semiestruturado autoaplicável. Participaram cirurgiões-dentistas inscritos no Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais, subseção Montes Claros, que residiam e trabalhavam em clínicas odontológicas ou consultórios, com ou sem vínculo empregatício, no serviço privado ou público, em Montes Claros, MG. As variáveis associadas à vacinação contra hepatite B foram investigadas por meio de regressão logística não condicional. RESULTADOS: Foram identificados 333 trabalhadores elegíveis, 297 (89,2%) participaram e 283 responderam à questão sobre vacinação; destes, 258 (91,2%) realizaram o esquema vacinal de três doses e 25 (8,8%) não vacinaram ou não completaram o esquema vacinal, relatando como principal motivo a falta de informação (48%). As variáveis associadas com relato de vacinação, após ajuste para todas as outras, foram: consumo de tabaco (OR = 2,50; IC95% = 1,22-7,13), consumo de bebidas alcoólicas (OR = 2,99; IC95% = 1,16-7,74), satisfação com a profissão (OR = 4,62; IC95% = 1,50-8,25) e conhecimento sobre protocolo pós-exposição ocupacional (OR = 4,28; IC95% = 1,63-9,26). CONCLUSÕES: Verificou-se alta prevalência de vacinação completa, sendo maior entre os não fumantes, os que não consumiam bebidas alcoólicas, os mais satisfeitos com a profissão e os que conheciam um protocolo pós-exposição ocupacional. O estudo sugere que os comportamentos negligentes com a própria saúde se repetem. Há necessidade de campanhas educativas sobre a transmissão da hepatite B, contribuindo para o controle e erradicação dessa grave infecção.OBJECTIVE: We calculated the prevalence and studied the factors associated with hepatitis B vaccination. Reasons for non-vaccination among dentists were investigated. METHODS: A cross-sectional study was performed in Montes Claros, Minas Gerais, from 2007 to 2008, to assess hepatitis B vaccination among practicing dental surgeons. Variables were evaluated using a previously tested structured questionnaire. Data underwent descriptive analysis. Non-conditional logistic regression was used to determine the variables associated with hepatitis B vaccination (p < 0.05). RESULTS: There were 333 subjects eligible for the study, 297 (89.2%) participated, and 283 answered the question about vaccination; of these, 258 (91.2%) completed the three-dose schedule vaccination and 25 (8.8%) were not vaccinated or did not complete the vaccination schedule. Lack of information (48%) was stated as the main reason for not being vaccinated. Variables associated with vaccination were: tobacco use (OR = 2.50; IC95% = 1.22-7.13), alcohol consumption (OR = 2.99; IC95% = 1.16-7.74), satisfaction with the profession (OR = 4.62; IC95% = 1.50-8.25) and knowledge on the post-exposure management protocol (OR = 4.28; IC95% = 1.63-9.26). CONCLUSIONS: We found a high prevalence of complete vaccination among dentists in Montes Claros. It is higher among professionals who do not use tobacco and alcohol, are more satisfied with their profession and know the protocol after occupational exposure. The study suggests that the lack of information is the main reason for not being vaccinated.

Keywords