Saúde e Sociedade (Jul 2024)

Clínicas Populares de Saúde a partir da perspectiva de empresários e de representantes da classe médica

  • Marina do Nascimento Sousa,
  • Bruno Luciano Carneiro Alves de Oliveira,
  • Maria Teresa Seabra Soares de Britto e Alves,
  • Lucas Salvador Andrietta,
  • Ruth Helena de Souza Britto Ferreira de Carvalho

DOI
https://doi.org/10.1590/s0104-12902024230426pt
Journal volume & issue
Vol. 33, no. 2

Abstract

Read online Read online

Resumo Este artigo pretende compreender a perspectiva de empresários de Clínicas Populares de Saúde (CPS) e representantes da classe médica sobre serviços ofertados pelo setor; impactos decorrentes da pandemia covid-19; e futuro do mercado de trabalho médico. Trata-se de pesquisa qualitativa, da área de saúde coletiva, com enfoque nas representações sociais. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, entre março e julho de 2021, com quatro empresários locais e três representantes de classe médica de uma cidade da região Nordeste do Brasil. As CPS ofertam serviços assistenciais restritos a consultas e exames e com estratégias de lógica financeirizada; se apresentam como “alternativa” ao SUS, uma suposta “lacuna” entre planos de saúde privados e serviços públicos, e como “novo” trabalho médico. As empresas ofertam consultas com especialistas a preços “populares” e sem fila de espera. A assistência prestada é restrita e os profissionais não têm garantia de direitos trabalhistas. Para os entrevistados, o acesso à saúde representa acessibilidade geográfica e temporal de serviço a preço reduzido. O direito universal à saúde e princípios do SUS são confrontados com a defesa da autonomia dos clientes e dos profissionais visando suas necessidades: saúde e trabalho.

Keywords