Revista Subjetividades (Apr 2017)

Angústia e Constituição Subjetiva: Do Objeto não Significantizável ao Significante

  • Ariana Lucero,
  • Angela Maria Resende Vorcaro

DOI
https://doi.org/10.5020/23590777.16.2.60-70
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 2
pp. 60 – 70

Abstract

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O presente artigo tem por objetivo mostrar como a incidência do significante na estruturação do sujeito, tal como definido por Jacques Lacan, é concomitante a uma perda do corpo vivo. Para tanto, abordaremos a transformação que se opera no sistema conceitual lacaniano a partir do seminário sobre a angústia: do corpo do estágio do espelho ao corpo restituído às suas particularidades anatômicas. Nesse percurso, mostraremos como o traço unário se coloca como uma marca corporal que antecede o significante, já que este necessita de três tempos para ser assimilado. Ademais, trataremos da extração do objeto a e sua relação com a angústia na medida em que o afeto se coloca como causa da perda, e não como efeito da castração. Interessa-nos apontar para a presença do objeto em certo momento da constituição subjetiva em que teríamos apenas as pulsões não integradas na imagem especular. Esses objetos pulsionais, que visam apenas o gozo, coexistem independentemente de qualquer organização ou cronologia, não são socializados ou partilháveis pela cultura. Assim, interrogamos a existência desses objetos não significantizáveis lado a lado aos objetos revestidos pela função fálica. O falo como significante da perda do objeto sinaliza o desejo. Porém algo subsiste para além do desejo, produzindo angústia e requerendo novos arranjos subjetivos e pulsionais.

Keywords