Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PERFIL IMUNOHEMATOLÓGICO DE PORTADORES DE CÂNCER DE PÂNCREAS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE TRANSFUSIONAL DE SERGIPE

  • JLJ Santos,
  • AFC Teles,
  • GS Cruz,
  • LCD Alves,
  • BAR Santana,
  • KLA Santos,
  • JPS Santana,
  • NL Silva,
  • LSR Tavares,
  • DMSM Lima

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S875

Abstract

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Objetivos: O câncer de pâncreas é uma neoplasia maligna que apresenta altos índices de mortalidade, sendo frequentemente diagnosticada em sua fase avançada devido à ausência de sintomas precoces específicos. Esta neoplasia pode abranger indivíduos de todas as idades e sexo, sendo influenciadas por diversos fatores como ambiente e imunossenescência. Diversas pesquisas tem sido feitas para detectar fatores de risco que auxiliem na identificação do prognóstico destas neoplasias, como por exemplo, o fenótipo sanguíneo. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo determinar o perfil fenotípico dos grupos sanguíneos ABO e Rh dos pacientes com câncer de pâncreas em um hospital de Sergipe. Material e métodos: Foi realizado um estudo descritivo observacional retrospectivo empregando coleta de dados de prontuários de pacientes adultos com diagnóstico câncer de pâncreas atendidos na Unidade Transfusional do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe – HU-UFS-Ebserh, no período de 2019 a 2024. Para a coleta dos dados, foi aplicado um questionário semiestruturado onde foram obtidos dados referentes a: idade, sexo, fenótipo ABO e Rh. Os dados dos controles foram obtidos de indivíduos sem histórico de neoplasias. Resultados: Foram analisados 35 prontuários, com média de idade de 55,6 anos (18 a 86), sendo 57,1% do sexo feminino. Do total dos pacientes, o grupo sanguíneo mais frequente foi o “O”com 62,9%, seguido de “A”com 22,9%, “B”com 8,5% e “AB”com 5,7%. O grupo controle sem neoplasia totalizou 5.836 indivíduos. Em comparação ao grupo controle, o grupo sanguíneo ‘’AB’’obteve maior risco de desenvolver neoplasia quando comparado aos outros grupos sanguíneos com 1,1% pacientes, seguido do ‘‘O’’com 0,7%, ‘‘B’’com 0,5% e ‘’A’’com 0,4%. Em relação ao sistema Rh antígeno D, 94,3% eram Rh positivos, e 5,7% Rh negativos. Analisando-se a combinação dos antígenos do fenótipo Rh estendido, o de maior predominância foi o “DCcee”com 17 (48,6%) indivíduos. Discussão: Os sistemas sanguíneos ABO e Rh tem sido associado ao risco de desenvolver cânceres incluindo câncer gástrico, câncer de pâncreas e câncer de colón. Observou-se que indivíduos do grupo do sanguíneo “O“apresentaram maior frequência de câncer de pâncreas quando comparado com os outros grupos sanguíneos ABO, em virtude que Sergipe tem uma predominância do grupo sanguíneo “O”em sua população. Em relação ao risco de desenvolver câncer de pâncreas, o grupo “AB'obteve um maior risco quando comparado com “A”, “B”e “O”. Estes resultados discordam de outros estudos realizados com objetivos semelhantes que demonstravam que o grupo sanguíneo “A”tinha maior risco de desenvolver câncer de pâncreas quando comparado com “B”, “AB”e “O”. Diferente do sistema ABO, os dados obtidos com o sistema Rh estão em concordância com a literatura existente, com maior predominância do fator Rh positivo em pessoas com câncer de pâncreas quando comparado com o Rh negativo, assim como o fenótipo Rh estendido “DCcee”já foi descrito em estudos com neoplasias hematológicas. Conclusão: O presente estudo sugere que indivíduos do grupo sanguíneo ”AB”, com o sistema Rh positivo e fenótipo ”DCcee”, apresentam maior incidência de câncer de pâncreas quando comparado aos outros grupos sanguíneos ABO.