Revista Brasileira de Cartografia (Feb 2015)
ANÁLISE DE FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL NO MUNICÍPIO DE SILVA JARDIM, APA DO RIO SÃO JOÃO, RJ.
Abstract
A fragmentação florestal é resultado do estabelecimento de atividades desordenadas de uso e ocupação da terra, que resultam diretamente na perda da biodiversidade. A paisagem atual da Mata Atlântica encontra-se bastante fragmentada e desconectada. Este trabalho teve como objetivo principal a caracterização da estrutura da paisagem do município de Silva Jardim, o qual está totalmente inserido no domínio do bioma Mata Atlântica, a partir das métricas (tamanho, forma, borda, área central e proximidade) dos fragmentos florestais maiores que 100 m². Foi utilizado mapeamento em grande escala (1:10.000) referente ao ano de 2010. A partir da análise das métricas de área se identificou enorme variabilidade com relação ao tamanho dos fragmentos florestais, sendo os mesmos divididos em cinco classes de tamanho (muito pequeno, pequeno, médio, grande e muito grande). As métricas de forma revelaram a tendência geral de fragmentos bastante irregulares, o que sugere mais vulnerabilidade quanto ao efeito de borda. As métricas de borda indicaram menores efeitos de bordas nos fragmentos médios e grandes, o que revela maior conservação da biodiversidade desses fragmentos. As métricas de área central complementam a ideia dos fragmentos florestais com tamanhos maiores estarem menos vulneráveis, visto que o tamanho das áreas centrais desses fragmentos tornam esses fragmentos ecologicamente viáveis, fazendo a compensação dos efeitos de bordas. As métricas de proximidade indicaram uma proximidade global dos fragmentos, efeito este promovido pelos fragmentos muito pequenos, o que facilita as interações ecológicas da flora e a circulação da fauna. As classes de uso da terra mais frequentes nas margens dos fragmentos florestais, a classe pastagem foi a predominante, contribuindo adicionalmente para esta ter sido considerada o elemento matriz da paisagem estudada. As médias de altimetria e declividade, identificou-se que os fragmentos com dimensões menores localizam-se em áreas de baixa altimetria e declividade plana, enquanto que os maiores fragmentos são encontrados nas áreas de maior altimetria e declividade mais montanhosa. Esse padrão de distribuição das classes de tamanho dos fragmentos é explicado fundamentalmente pela prática de atividades agrícolas e de pecuária extensiva nas áreas mais planas e de baixada da região.