Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Aug 2024)

REVTRAIZOL Características e manejo da hepatotoxicidade em pacientes hospitalizados tratados com triazóis: uma revisão sistemática

  • Thamara da Silva Mamona,
  • Genario Oliveira Santos Junior,
  • Raymundo Paraná Ferreira Filho,
  • Pablo de Moura Santos

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2022.v7.n3.p.29-44
Journal volume & issue
Vol. 7, no. 3

Abstract

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Introdução: As infecções fúngicas são as principais causas de morbidade e mortalidade em pacientes imunocomprometidos e gravemente hospitalizados. Os antifúngicos triazólicos são utilizados em larga escala no tratamento de infecções fúngicas hospitalares e há preocupação com seus eventos adversos, particularmente hepatotoxicidade. Objetivo: Considerando a frequência do uso de triazóis em pacientes hospitalizados, o objetivo desta revisão sistemática foi avaliar a certeza global das evidências para a hepatotoxicidade causada por antifúngicos triazóis em pacientes hospitalizados. Materiais e Método: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, utilizando as bases de dados Pubmed/Medline e Scopus. A coleta de dados foi realizada nos meses de julho – agosto de 2020 e março – abril de 2021. Os critérios de inclusão para o estudo foram: artigos em inglês, português e espanhol; pacientes maiores de 18 anos que fizeram uso de antifúngicos triazólicos (fluconazol, voriconazol, itraconazol ou posaconazol). Para caracterizar a hepatotoxicidade, foram utilizados critérios estabelecidos pela Lei de Hy. Resultados: Foram encontrados 71 artigos sobre a ocorrência de hepatotoxicidade, totalizando 1.033 pacientes. Quanto à indicação do uso de triazóis, a principal foi a das doenças fúngicas invasivas (52,7%). A duração do tratamento com triazóis variou de 24 a 53 dias. O fluconazol foi a droga associada à maior gravidade. Cinco estudos detectaram mutações no citocromo P450, CYP3A4 e CYP2C19. Conclusão: Há um número considerável de publicações na literatura sobre hepatotoxicidade com antifúngicos triazólicos. Esta revisão mostrou que sua incidência é maior na população masculina e jovem. Posaconazol e voriconazol apresentaram maior frequência de hepatotoxicidade.