Escola Anna Nery (Nov 2020)

Condições de vida de mulheres quilombolas e o alcance da autonomia reprodutiva

  • Elionara Teixeira Boa Sorte Fernandes,
  • Sílvia Lúcia Ferreira,
  • Cláudia Suely Barreto Ferreira,
  • Verônica Barreto Cardoso

DOI
https://doi.org/10.1590/2177-9465-ean-2020-0147
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 2

Abstract

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Resumo Objetivo explicar a interferência das condições de vida de mulheres quilombolas na autonomia reprodutiva. Método trata-se de um estudo qualitativo com 10 mulheres quilombolas com idade entre 23 e 49 anos, residentes em comunidades rurais do Território de Identidade da Bahia Sertão Produtivo. Estas compareceram aos encontros e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados através de grupos focais e analisados pela análise temática de Bardin. O software NVivo foi utilizado para organização dos dados. Procedeu-se à coleta de dados após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados Considerando o fato de que metade do quantitativo de mulheres era primigesta, a maioria usava contraceptivo oral, não usava preservativo e nem participava do planejamento reprodutivo. Os dados revelaram que a autonomia reprodutiva das mulheres quilombolas sofre interferência do patriarcado, entretanto, vem se remodelando com a independência financeira das mulheres. Após agregação das unidades de registro, emergiram três categorias: “Teria que casar e ter filho(a)!”, “Marcas da submissão e a conquista da autonomia” e “Planejamento reprodutivo: conflitos entre liberdade e obrigação”. Conclusão e implicações para a prática condições de vida desfavoráveis impedem mulheres quilombolas de vivenciarem a autonomia reprodutiva em plenitude; o conhecimento dessas condições poderão revelar reais necessidades de saúde reprodutiva e subsidiar ações direcionadas a este público.

Keywords