Revista Espaço do Currículo (Dec 2020)
“REGRAS SÃO REGRAS, MESMO QUANDO ELAS NÃO EXISTEM”
Abstract
A segunda década deste século está sendo marcada pela ascensão de discursos conservadores e perspectivas políticas que buscam apagar conquistas e lutas populares que marcaram vitórias de grupos e movimentos sociais de minorias políticas que repercutiram em agendas nos campos curriculares da educação. Nessa perspectiva, o objetivo deste artigo é refletir, a partir das provocações multiculturalistas decoloniais, sobre alguns eixos desencadeados pelo “pânico moral” em docentes que realizaram formações em gênero, sexualidade e relações étnico-raciais ofertadas pela Universidade Federal do Rio Grande, entre os anos de 2007 e 2016. Para tanto, realizamos quatro rodas de conversas com 24 docentes da Educação Básica da mesorregião do sudeste do Rio Grande do Sul. Em suas narrativas, as/os docentes apresentaram a escola como um universo de múltiplas culturas pautadas pelas diferenças que não poderiam ser hierarquizadas, o que nos evidencia a valorização e o reconhecimento da multiplicidade político-identitária que compõe as escolas. Contudo, foram latentes os danos psicossociais e políticos que as propagandas conservadoras vêm produzindo em suas práticas pedagógicas.
Keywords