ABCD: Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (Jan 2022)
O ÍNDICE ESPLÊNICO COMO PREDITOR DE SANGRAMENTO E RECIDIVA VARICOSA NO SEGUIMENTO TARDIO DE PACIENTE ESQUISTOSSOMÓTICOS APÓS TRATAMENTO ENDOSCÓPICO EXCLUSIVO
Abstract
RESUMO - RACIONAL: O tratamento endoscópico das varizes esofágicas tem sido utilizado como principal intervenção em pacientes com hipertensão portal secundária à esquistossomose, mas com taxas significativas de recorrência de varizes esofágicas e ressangramento. Os resultados em longo prazo do tratamento endoscópico exclusivo são pouco estudados quanto à relação das dimensões esplênicas neste contexto. OBJETIVO: Avaliar, por meio da ultrassonografia, o índice esplênico e a dimensão longitudinal (craniocaudal) do baço como preditores de ressangramento e recorrência de varizes no seguimento tardio de pacientes esquistossomóticos não operados, após erradicação endoscópica das varizes esofágicas. MÉTODOS: Estudo observacional retrospectivo por meio da análise de prontuários de pacientes com diagnóstico de esquistossomose hepatoesplênica. A curva ROC foi usada para determinar o melhor ponto de corte para o índice esplênico médio como preditor de recorrência e sangramento. RESULTADOS: Foram analisados 54 pacientes, durante o período de 2002 a 2018. O tempo médio de seguimento foi de 8 anos. O índice esplênico provou ser um teste sensível em valores acima de 144 como preditor de ressangramento. Na análise da dimensão longitudinal, o valor acima de 20 cm apresentou teste estatisticamente significativo para recorrência de varizes e valor acima de 19 cm apresentou-se como teste muito sensível e estatisticamente significativo para ressangramento. CONCLUSÃO: A análise do índice esplênico e da dimensão craniocaudal, obtidos por ultrassonografia, podem predizer recorrência de varizes e ressangramento após erradicação endoscópica exclusiva.
Keywords