Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

ANÁLISE GENÔMICA DE ACINETOBACTER BAUMANII RESISTENTE AOS CARBAPENÊMICOS ISOLADOS NA REGIÃO AMAZÔNICA: RESULTADOS DA PLATAFORMA GENERATE

  • Laysa de Souza Maia,
  • Rosineide Vieira Góis,
  • Mariana Pinheiro Alves Vasconcelos,
  • Antonieta Ferreira Machado de Oliveira,
  • Fernanda Carlos de Góis Oliveira,
  • Taiana Carvalho de Souza,
  • Wellington Pine Omori,
  • Allan Silva,
  • Tatiane Silva Carvalho,
  • Myrna Lícia Gelle de Oliveira,
  • Tiago Barcelos Valiatti

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103331

Abstract

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Introdução: Acinetobacter baumannii resistentes aos Carbapenêmicos (CRAB) é atualmente um dos principais problemas de saúde pública do mundo, e é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um patógeno prioritário para pesquisa e desenvolvimento de novos antimicrobianos. Frente a isso, é importante compreender as características genômicas dessas linhagens que estão circulando nos hospitais. No Brasil, ainda existe uma escassez desses dados, principalmente na região norte do país. Diante disso, está sendo criada a plataforma GENERATE que tem como objetivo disponibilizar dados genômicos de bacilos gram-negativos multirresistentes do Brasil. Diante disso o objetivo do trabalho foi analisar as características genômicas de isolados de CRAB isolados no estado de Rondônia incluídos no projeto GENERATE. Metodologia: Nove isolados de CRAB recuperados de hemocultura (n=4) e aspirado traqueal (n=5) de dois hospitais de Porto Velho – RO foram sequenciados utilizando Illumina HiSeq 2500. A montagem e anotação de novo foram realizadas usando os softwares SPAdes e Prokka, respectivamente. O Sequence Type (ST) e análise filogenética foi realizada na plataforma CGE e o resistoma foi obtido no CARD. Resultados: Nossas análises identificaram a presença de cinco STs, sendo eles: ST79 (n=3), ST160 (n=1), ST8554(n=1), ST1 (n=1), e ST2 (n=1). Além disso, dois isolados apresentaram novos STs. Também foi verificado a presença de genes de conferem resistência aos β-lactâmicos (blaTEM-1, blaADC-Like, blaOXA-51-Like, blaOXA-23, blaGES-5), aminoglicosídeos (aac(6’)-ib’, ant(2’’)-Ia, ant(3’’)IIc, aph(3’)-Via, aph(3’’)-Ib, aph(6)Id, aadA, armA), trimetoprima (dfrA1), macrolídeos (mphE, msrE), anfenicóis (florR, catB8), tetraciclinas (tet(B)) e mutações que conferem resistências as quinolonas (gyrA S81L; parC S84L, V104I, D105E). Todos os CRAB possuíam OXA-23, e curiosamente, um isolado também carreava o gene codificador da carbapenemase GES-5, sendo esse até onde sabemos, o segundo relato no mundo. A análise filogenética mostrou que os três isolados ST79 estavam intimamente relacionados, assim como os dois isolados que pertencem a um novo ST. Conclusão: Os dados aqui apresentados revelam uma diversidade de genes que conferem resistência a diversas classes de antimicrobianos. Além disso, identificamos a presença do ST2 que não é muito frequente no Brasil e uma linhagem ST1 co-abrigando blaOXA-23 e blaGES-5. Esses dados reforçam a variabilidade genética de CRAB na Amazônia

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