Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Jun 2001)

Resultados a médio prazo do tratamento cirúrgico da dissecção aguda de aorta tipo A com o emprego da prótese intraluminal Surgical treatment of type a aortic dissection using intraluminal prosthesis medium term follow up

  • Jefferson Francisco de OLIVEIRA,
  • Fernando Antônio Roquette REIS FILHO,
  • Luiz Cláudio Moreira LIMA,
  • Ernesto Lentz da Silveira MONTEIRO,
  • Sandro Adauto MARTINS,
  • Pedro Evandro Alvim de FARIA,
  • Geraldo Rezende PENA,
  • Wanderbilt Duarte de BARROS NETO,
  • Rodrigo Gil GUIMARÃES,
  • Luciano MATAR,
  • Charles Silva PIRES,
  • Rodrigo de Castro BERNARDES

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-76382001000200007
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 2
pp. 136 – 140

Abstract

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Introdução: O conceito de prótese intraluminal foi introduzido por CARREL, em 1912. Em 1978, DUREAU & ABLASA descreveram os primeiros casos de dissecção aguda de aorta tratados com o emprego da prótese intraluminal. Esta prótese foi utilizada nos anos 80 por vários grupos com bons resultados. Vários relatos de complicações (migração, embolias, estenoses, formação de pseudo-aneurismas) fizeram com que os grupos cirúrgicos perdessem o entusiasmo por esta técnica. Objetivo: Avaliar a anastomose empregando a prótese intraluminal sem sutura no tratamento da dissecção aguda de aorta tipo A. Casuística e Métodos: Sessenta e quatro pacientes com diagnóstico de dissecção aguda de aorta do tipo A foram operados em nosso Serviço. Em todos os casos empregamos o anel intraluminal como técnica de sutura. A idade média dos pacientes era de 56,3 anos, sendo 57 (89%) do sexo masculino. Todos os pacientes eram portadores de hipertensão arterial sistêmica. Em 26 pacientes utilizamos somente a anastomose intraluminal, com o anel proximal acima dos óstios coronários de modo a ressuspender a valva aórtica e o anel distal posicionado junto à origem do tronco braquiocefálico. O tempo médio de pinçamento da aorta nestes pacientes foi de 9 minutos e o tempo médio de CEC de 26 minutos. Somente em 1 caso houve rotura da ligadura sobre o anel proximal, quando realizamos uma operação radical (Bentall- DeBonno), mantendo o anel distal. Em 23 pacientes utilizamos a ressuspensão da valva aórtica e o preparo da raiz da aorta com duplo retalho de Dacron, empregando o anel intraluminal na anastomose distal. Abordamos o arco aórtico em 8 pacientes. A troca da valva aórtica foi necessária em apenas 6 pacientes. A mortalidade global foi de 10,3%, sendo que nos pacientes onde foi possível o tratamento com o duplo anel não houve nenhum óbito. Na avaliação pós-operatória destes pacientes foi realizado ecocardiograma e aortografia. Não observamos formação de pseudo-aneurisma, migração e o gradiente máximo encontrado foi de 16 mmHg. Conclusão: O emprego da prótese intraluminal para o tratamento da dissecção aguda de aorta do tipo A nos proporciona uma anastomose rápida, segura e hem2ostática. Na avaliação pós-operatória e a médio prazo não observamos qualquer complicação relacionada ao emprego desta técnica.Introduction: The concept of intraluminal prosthesis was introduced by CARREL, in 1912. In 1978, DUREAU & ABLASA described the first case of type A acute aortic dissection treated with intraluminal prosthesis. This prosthesis was used in the eighties by several groups with good results. Several reports of complications (migration, embolism, stenosis, pseudoaneurysms formation) made the surgical groups lose the enthusiasm with that technique. Objective: To evaluate the sutureless anastomosis using the intraluminal prosthesis in the treatment of type A acute aortic dissection. Material and Methods: During the period from July/1996 to November/1999, 64 patients with the diagnosis of type A acute aortic dissection were operated in our Service. In all the cases we used the intraluminal ring as the technique of suture. The average of age was of 56.3 years, and 89% of the patients were males. All the patients had systemic hypertension. In 26 patients we used only the intraluminal anastomosis. The proximal ring was placed above the coronary ostium and the distal ring was positioned close to the origin of the inominate artery. The aorta cross clamping time in these patients was 9 minutes, and the extracorporeal circulation average of time was 26 minutes. Only in 1 case there was a rupture of the ligature on the proximal ring, when we accomplished a radical surgery (Bentall-DeBonno), maintaining the distal ring. In 23 patients we did the aortoplasty and used a double patch of Dacron to prepare the aortic root, using the intraluminal ring in the distal anastomosis. We operated on the aortic arch of 8 patients (without total circulatory arrest, due to selective perfusion of the right subclavian artery). The replacement of the aortic valve was necessary in just 6 patients. The global mortality was of 10.3% and there was no death among the patients which it was possible the treatment with the double ring. As the postoperative evaluation of these patients the echocardiography and the aortography were made. We did not observe pseudoaneurysm formation or migration and the maximum gradient was of 16 mmHg. Conclusion: The employment of the intraluminal prosthesis in the treatment of the type A acute aortic dissection, provides us fast, safe and haemostatic anastomosis, reducing the mortality. In a medium term follow-up we found no complication related to the employment of the intraluminal ring.

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