Estudos e Pesquisas em Psicologia (Jul 2020)

Sobre o que Ressoa e Faz Eco: Voz, Música e Lalíngua no Tratamento do Autismo

  • Beatriz Alves Viana,
  • Kemylle Mesquita Brito,
  • Luis Achilles Rodrigues Furtado

DOI
https://doi.org/10.12957/epp.2020.52589
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 2
pp. 613 – 629

Abstract

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Esse artigo aborda a articulação entre os conceitos psicanalíticos de lalíngua e de voz, pensados a partir da clínica com sujeitos autistas. Com base nas vinhetas clínicas retiradas da literatura e da experiência de trabalho em serviços de Saúde Mental, busca-se investigar de que formas essas noções teóricas se apresentam primordialmente no ato de escuta e como estas podem indicar uma direção de tratamento no autismo a partir da música. A musicalidade da voz materna, por meio de uma ressonância que não se prende ao sentido, transmite uma invocação ao infans para que este advenha como sujeito, produzindo marcas a serem lidas. É necessário que tal invocação, para que possa ressoar no sujeito, ocorra primeiramente no campo do Outro, como forma de apelo. No autismo, no entanto, há impasses quanto à alienação aos significantes provenientes do Outro, sentidos como invasivos. Com isso, constatou-se que a introdução da musicalidade na clínica com esses sujeitos surge como possibilidade de deixar suas marcas, por se tratar de um elemento que permite mediação no âmbito da enunciação.

Keywords