Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)

PERFIL DAS INTERNAÇÕES POR TUBERCULOSE ENTRE OS ANOS DE 2013 E 2022 NO BRASIL

  • Fernanda Prohmann Villas Boas,
  • Ramon Reis Silva,
  • Nathália Teixeira Vitorino da Silva,
  • Ricardo Gassmann Figueiredo

Journal volume & issue
Vol. 27
p. 103647

Abstract

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Introdução/objetivo: A Tuberculose (TB) é uma doença infecciosa transmissível de alta prevalência no Brasil. É um grave problema de saúde pública responsável por mais de 1 milhão de óbitos em todo mundo. O presente estudo tem como objetivo caracterizar o perfil das internações por TB no Brasil. Métodos: Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo em uma série temporal entre os anos de 2013 e 2022 utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS) do Ministério da Saúde disponíveis na plataforma DATASUS. Resultados: Houve um total de 144.804 internações por tuberculose no Brasil, com maior prevalência entre homens (72,3%), raça parda (37,3%) e na faixa etária de 30 a 49 anos (41,4%), idade média de 42,7 ± 17,55 anos. A tuberculose pulmonar (TP) respondeu por 67% dos pacientes hospitalizados. A taxa de mortalidade por mil habitantes (TM) foi de 8,79. Houve maior TM no sexo masculino (8,96) do que no feminino (8,36), na etnia amarela (9,55) e nos extremos de idade. Ademais, a TM da TBE (10,1) foi maior que da TBP (8,15). Do total de internações, 41,8% ocorreram no Sudeste (TM de 9,4), 29,6% no Nordeste (TM 8,48), 14,7% no Sul (TM 7,87), 7,3% no Norte (TM 8,86) e 6,3% no Centro-Oeste (TM 8,35). Os estados com mais internações por TB foram São Paulo (32.622 internações, TM 8,1), Rio de Janeiro (14.300 internações, TM 13,78) e Pernambuco (11.633 internações, TM 8,24), totalizando juntos 40,4% de todas as internações nacionais. Já os estados com menor número de internamentos por TB foram Amapá (260 internações, TM 15,38), Acre (626 internações, TM 10,54) e Tocantins (725 internações, TM 7,72). Os estados com as maiores taxa e mortalidade foram Amapá, Rio de Janeiro e Alagoas (TM 12,55). Já o Distrito Federal (TM 3,03) e os estados Roraima (TM 6,12) e Rondônia (TM 6,49) tiveram as menores taxas de mortalidade. Conclusão: Houve maior prevalência em homens, pardos e entre a 3ª-4ª décadas de vida entre os pacientes hospitalizados por TB. A taxa de mortalidade por mil habitantes foi maior no sexo masculino e em indivíduos de etnia amarela. Entre as regiões, o Sudeste concentrou maior número de internações e taxa de mortalidade. Percebeu-se que, apesar de Amapá ser o estado com menor número de internações, o mesmo apresenta a maior TM nacional. Houve menor número de internações por TB extrapulmonar em comparação à TB pulmonar, porém a primeira apresentou maior taxa de mortalidade.

Keywords