Anais Brasileiros de Dermatologia (Jun 2006)

Quem descobre o melanoma cutâneo Who discovers the cutaneous melanoma

  • Marcus Maia,
  • Marianne Basso

DOI
https://doi.org/10.1590/S0365-05962006000300006
Journal volume & issue
Vol. 81, no. 3
pp. 244 – 248

Abstract

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FUNDAMENTO: No Brasil não se sabe quem descobre os casos de melanoma cutâneo. A compreensão dos "modelos de descoberta" poderia servir de base para os programas de educação pública e do profissional de saúde. OBJETIVO: Determinar o papel dos pacientes em encontrar suas próprias lesões. MÉTODOS: Foram entrevistados 109 pacientes com diagnóstico anterior de melanoma cutâneo, acompanhados na Unidade de Melanoma da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Outras variáveis foram anotadas para avaliar suas possíveis influências no resultado da descoberta: sexo, idade, estado civil, escolaridade, antecedente familiar de melanoma, localização da lesão primária e conhecimento sobre câncer da pele. RESULTADOS: Dos 109 pacientes, 59 (54%) notaram a própria lesão. Deles, 62% eram mulheres, 51% menores de 60 anos, 90% sem antecedentes familiares de melanoma, 78% negavam conhecimento sobre câncer de pele, 59% eram casados, 52% cursaram apenas a escola primária. Os demais 50 pacientes tiveram sua lesão descoberta em 24% dos casos por profissionais de saúde, 10% pela esposa, 1% pelo marido e 11% por outras pessoas. CONCLUSÃO: 54% dos pacientes notaram sua própria lesão, que em cerca de 25% foi descoberta por leigos. Esses resultados são semelhantes aos da literatura dos países desenvolvidos. A clientela avaliada foi do tipo assistencial, e com esse resultado é possível acreditar que, no Brasil, alguma influência das campanhas públicas de saúde já pode ser notada.BACKGROUND - In Brazil, it is still unknown who first discovers the cases of cutaneous melanoma. The understanding of our “finding patterns” could be used as a basis for public education programs and healthcare professional training. OBJECTIVE - To determine the role of patients in detecting lesions by themselves. METHODS - One hundred and nine patients were interviewed. The patients had a diagnosis of cutaneous melanoma and were regularly seen at the Melanoma Unit of Hospital Santa Casa de Misericórdia, in São Paulo. Other variables were considered to evaluate possible influences in the results: sex, age, marital status, schooling, family history of melanoma, site of the primary lesion and knowledge about skin cancer. RESULTS - Out of 109 interviewed patients, 54% had the lesion detected by themselves. Of those, 62% were female, 51% were aged under 60 years, 90% had no family history of melanoma, 78% had no knowledge about skin cancer, 59% were married and 52% concluded up to primary education. Out of the remaining 50 patients, 24% had their lesions detected by health professionals, 10% by their wives, 1% by their husbands and 11% by other people. CONCLUSION - Fifty-four percent of patients detected the lesion by themselves, and roughly 25% had the lesion detected by a lay person. These results are similar to those reported in the literature of developed countries. The clientele evaluated is attended by public healthcare services and the results lead to the conclusion that some influence of public health campaigns could already be noticed in Brazil.

Keywords