Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

ASSOCIAÇÃO ENTRE VULNERABILIDADE SOCIAL E RISCO A IST NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM, PARÁ, BRASIL

  • Onayane dos Santos Oliveira,
  • Felipe Teixeira Lopes,
  • Keise Adrielle Santos Pereira,
  • Lana Patricia da Silva Fonseca,
  • Iury de Paula Souza,
  • Francisca Dayse Martins de Sousa,
  • Carlos Alberto Brites Alves,
  • Antonio Carlos Rosário Vallinoto

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102167

Abstract

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Introdução: Os principais desafios enfrentados pelos serviços de saúde para o enfrentamento das infecções sexualmente transmissíveis, estão relacionados a oferecer garantia de acesso aos direitos de cidadania, melhor qualidade de vida, acesso ao tratamento e aconselhamento. No que concerne a região norte, em especial a metrópole Belém, o processo de urbanização deflagrou contradições de diversas ordens conforme a cidade cresceu. Os locais mais afastados foram ocupados pelas populações de menor renda, o que refletiu diretamente em situações de vulnerabilidade social que estão atreladas a um maior risco de desenvolvimento de agravos a saúde, dentre esses as infecções sexualmente transmissíveis. Objetivo: avaliar fatores de risco de exposição as infecções sexualmente transmissíveis em populações atendidas em diversas unidades de saúde de cidade de Belém (Pará). Método: no período de setembro de 2020 até agosto de 2021 foram entrevistados 822 pacientes, atendidos em unidades municipais de saúde de Belém, usando um questionário epidemiológico contendo as seguintes informações: idade, renda, cor, escolaridade, exposição a infecções sexualmente transmissíveis. Resultados: Dos pacientes acompanhados nos diversos serviços de saúde no presente estudo, 580 (70,5 %) eram do sexo feminino e 242 (29,4 %) do sexo masculino, 548 (66,6 %) vivem com até um salário mínimo, 353 (42,9 %) tem mais de 1 filho, 464 (56,4 %) não trabalham. Quanto a escolaridade, 549 (66,7 %) possuem mais de 8 anos de estudos, em relação a exposição a IST 86 (10,4%) referiram já ter apresentado alguma IST, destes 81(9,8%) referiram já ter tratado ou estar tratando sífilis (9,8%). Conclusão: Os resultados demonstram que dentro de uma mesma região metropolitana existe um misto de características que estão intimamente relacionadas as diversas vulnerabilidades, que quando avaliadas unicamente é possível denotar perfis populacionais e grau de exposição a riscos à saúde diferentes, sendo necessário a reorganização da assistência à saúde e descentralização destes serviços para áreas periféricas, bem como a realização de testagem em massa, para se verificar a real incidência das infecções e, assim estabelecer estratégias de assistência à saúde focais com o objetivo de reduzir os altos índices destas infecções.