Cadernos de Saúde Pública (Dec 2004)

Escolha de métodos contraceptivos entre usuárias de um serviço público de saúde Choice of contraceptive methods by women attending a public health clinic

  • Maria José Duarte Osis,
  • Graciana Alves Duarte,
  • Evely Rodrigues Crespo,
  • Ximena Espejo,
  • Karla Simônia de Pádua

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2004000600016
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 6
pp. 1586 – 1594

Abstract

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Descreve-se a percepção de 250 mulheres que solicitaram métodos anticoncepcionais (MAC) em um serviço público de saúde quanto à sua liberdade de escolha, a contribuição de uma ação educativa e de uma consulta para essa liberdade, a satisfação com o MAC escolhido e a continuidade de seu uso, depois de seis meses. Quase todas as mulheres (99,6%) chegaram ao serviço com um MAC já escolhido e 90,0% saíram usando esse método; 81,9% referiram ter se sentido bastante livres para escolher o MAC e 60,0% disseram que a ação educativa e a consulta aumentaram a sua liberdade. Seis meses depois, 87,3% continuavam usando o mesmo MAC. Entre as mulheres que declararam alguma insatisfação com o método iniciado, foi significativamente maior a proporção das que mudaram de MAC e das que disseram que faltou alguma informação quando iniciaram o uso. A ação educativa e a consulta parecem ter atuado como legitimadores de uma escolha feita antes de as mulheres procurarem o serviço, com base em informações recebidas de outras fontes. Isto, provavelmente, contribuiu para a percepção de terem tido bastante liberdade de escolha.This paper presents the perceptions of 250 women who requested contraceptive methods (CM) at a public health clinic in relation to their freedom of choice and the role of an educational activity and consultation in this degree of freedom. Satisfaction with the chosen method and continuation after 6 months were also studied. Nearly all the women (99.6%) had already chosen a CM when they came to the clinic, and 90.0% left the clinic with the method; 81.9% reported that they felt very free to choose the method, and 60.0% felt that the educational activity and consultation had improved their degree of freedom. Six months later, 87.3% were using the same CM they had chosen. The proportion of women who changed the method and the proportion of those who felt they had not received sufficient information about the CM when they initiated use were significantly higher among women who reported any dissatisfaction with that method. The educational activity and consultation legitimated the women's choices (which they had already made before attending the health clinic) on the basis of such supplementary sources of information. This fact appears to have contributed to the women's feeling that they had sufficient freedom of choice.

Keywords