Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (Jun 2013)

TRATAMENTO DA HIPERHIDROSE PRIMÁRIA COM TOXINA BOTULÍNICA – EXPERIÊNCIA DE 5 ANOS

  • João Alves,
  • João Goulão,
  • Francisco Menezes Brandão

DOI
https://doi.org/10.29021/spdv.71.1.122
Journal volume & issue
Vol. 71, no. 1

Abstract

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Introdução: A hiperhidrose primária é frequente e tem impacto psico-social e profissional significativo. Muitos dos tratamentos disponíveis são ineficazes ou têm efeitos secundários consideráveis. A toxina botulínica tipo A (TXB-A) tem-se revelado uma terapêutica segura e eficaz nos doentes refractários à terapêutica convencional, embo- ra com eficácia limitada no tempo. Material e métodos: Procedeu-se a estudo retrospectivo, com colheita de dados demográficos e clínicos, dos doentes com hiperhidrose axilar ou palmar tratados com TXB-A no nosso Serviço, no período entre Junho de 2007 e Junho de 2012. A gravidade da doença foi determinada pela “Hyperhidrosis Disea- se Severity Scale” (HDSS). Para delimitar a área a tratar utilizámos uma modificação do “minor’s iodine-starch test”. A TXB-A foi administrada numa dose de 50U/axila ou palma. Resultados: Foram tratados 16 doentes, 11 mulheres e 5 homens, com média de idades de 24 anos. Nove tinham hiperhidrose axilar e 7 palmar, com HDSS médio de 3,22 e 3,57, respectivamente. Verificou-se diminuição da sudação que se iniciou na 1.a semana pós-tratamento, manten- do-se por 16 a 26 semanas. O HDSS na 4.a semana pós-tratamento foi de 0,56 e 1,14 (doentes com hiperhidrose axilar e palmar, respectivamente). Num follow-up médio de 15 a 16 meses, não se verificaram efeitos secundários significativos. Conclusões: O tratamento com a TXB-A é relativamente fácil de executar e melhora substancialmente a qualidade de vida dos doentes. Na nossa experiência, a TXB-A mostrou-se eficaz e segura no tratamento da hiperhi- drose primária. PALAVRAS-CHAVE – Hiperhidrose; Toxina botulínica.