Kriterion (Dec 2011)

Hume e o "dogma do reducionismo"

  • Silvio Seno Chibeni

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-512X2011000200006
Journal volume & issue
Vol. 52, no. 124
pp. 343 – 353

Abstract

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Neste trabalho examina-se uma das principais acusações que Quine faz a Hume, quanto às características de seu empirismo: a de que Hume teria adotado o dogma do "reducionismo radical" e, ainda mais, em uma versão "naïve" e "intoleravelmente restritiva", na qual ele assume a forma de um "impossível empirismo termo-a-termo". Argumenta-se que a teoria humeana do conhecimento não parece justificar tal imputação. Indica-se também que não apenas Hume não adotou as teses empiristas problemáticas que Quine aponta, mas, ao contrário, parece mesmo ter antecipado algumas das posições hoje atribuídas a Quine, entre as quais o holismo e o naturalismo epistemológicos, em versões apropriadas ao contexto de sua filosofia.This work examines the charge made by Quine on Hume, that he adopted the "dogma" of "radical reductionism", in its "naïve" and "intolerably restrictive version", involving "an impossible term-by-term empiricism". It is argued that Hume's theory of knowledge does not seem to justify this serious imputation. Furthermore, it is indicated that Hume not only did not adopt these problematic epistemological theses, but also, on the contrary, effectively anticipated some of the philosophical positions usually attributed to Quine, such as epistemological holism and naturalism.

Keywords