Revista de Saúde (Aug 2017)

Endometriose umbilical primária: Relato de caso

  • Diogo Barros Guterres,
  • Valdir Donizeti Alves Junior,
  • Sávio Reis Fonsecas,
  • Chan Tiel Yuen

Journal volume & issue
Vol. 8, no. 1 S1

Abstract

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Endometriose é a presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, estrogênio dependente e benigno, comum na clínica ginecológica, associada à infertilidade e dor pélvica. A endometriose umbilical primária (EUP) corresponde até 1% de todos os casos de endometriose, sendo esta de surgimento espontâneo. A forma secundária surge sobre cicatrizes de procedimentos cirúrgicos prévios. Há prevalência da EUP em mulheres com menarca precoce e nas que tem histórico familiar. Clinicamente é um nódulo umbilical marrom-avermelhado, doloroso e de tamanho variável, com ou sem sangramento coincidindo ou não com o período menstrual. O objetivo do estudo é fornecer subsídios para o diagnóstico dessa patologia, além de revisar a literatura, atualizando os profissionais de saúde a respeito dos métodos diagnósticos e tratamentos. T.A.S., 34 anos, feminina, iniciou há 7 anos dor e sangramento na região umbilical concomitante ao período menstrual, diagnosticada com endometriose umbilical. GIPØA1, sendo o aborto espontâneo. Ao exame da região umbilical, abaulamento doloroso à palpação, de consistência endurecida medindo 2 cm de diâmetro. Os exames de imagem revelaram imagem hipoecogênica/heterogênea. A biópsia fechou o diagnóstico. Tratamento com melhora do quadro, havendo recidiva há 1 ano dos sintomas. A EUP ganha destaque e teorias que contemplam alterações de caráter imune e do microambiente pélvico, principalmente, os transportes linfático e hematológicos. Alterações ambientais podem levar ao surgimento da endometriose, ativando genes que promovem a transcrição de citocinas pró-inflamatórias presentes no curso natural da doença. Outros locais podem ser acometidos pela endometriose, como períneo, regiões articulares, pericárdio, pleura e sistema nervoso central, sendo mais raros. Pode apresentar-se com tamanho variável, cor que varia do vermelho ao preto. Quase sempre tem a clínica associada ao período pré-menstrual e menstrual. A ultrassonografia, tomografia computadorizada e a ressonância nuclear magnética ajudam a definir o diagnóstico. O diagnóstico padrão ouro é através do exame histopatológico. Os achados clínicos e de imagem auxiliam no diagnóstico. O tratamento cirúrgico é terapêutico e diagnóstico. Devendo-se então ser lembrada como diagnóstico diferencial em mulheres em idade fértil.