Revista Interdisciplinar em Cultura e Sociedade (Jan 2019)

Formas e eficácias da linguagem não verbal na comunicação indígena: a manutenção da cultura da etnia Guajajara na Aldeia Tamarindo no Município de Barra do Corda – MA

  • Valdirene Pereira da Conceição,
  • Maurício José Morais Costa,
  • Paulo Henrique Machado Corado

Journal volume & issue
Vol. 4, no. Espec
pp. 573 – 584

Abstract

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Investigação sobre as formas e a eficácia da linguagem oral na manutenção da cultura da etnia Guajajara na Aldeia Tamarindo, do município de Barra do Corda-MA. Tem como objetivo analisar as formas e a eficácia com que a etnia Guajajara, utiliza a linguagem oral interpessoal em ações de mobilização social e manutenção da cultura. Trata, assim, de uma pesquisa qualitativa de natureza analítico-descritiva norteada por meio de pesquisa bibliográfica e de pesquisa de campo; pelo método etnográfico e pela análise de assunto adotada por Bardin. Utiliza como instrumento de coleta de dados, as técnicas de entrevista semiestruturada, observação e diário de protocolo verbal no sentido de compreender como a linguagem não verbal é utilizada pelos Guajajaras em suas relações interpessoais frente aos diferentes meios e estratégias de comunicação disponíveis na Aldeia Tamarindo. Concebe a linguagem oral como uma ferramenta de fundamental importância no resgate da sabedoria acumulada ao longo do tempo, e principalmente na coesão da organização social, fazendo para tanto, uma incursão nas formas como as tradições orais da Aldeia Tamarindo subsistiram com o passar dos anos. Apresenta como resultado inicial, que o enraizamento da cultura, expressos pelos ensinamentos domésticos, festejos e atos públicos comunitários da etnia Guajajara na Aldeia Tamarindo, localizada há 50 km da cidade de Barra do Corda e constituída por cerca de 30 famílias, cujas atividades principais compreendem as práticas de agricultura familiar, o cultivo de mandioca, milho, dentre outras, se dá por meio da oralidade reforçada pelos caciques, pais e professores na transmissão do seu modo de saber, fazer e viver às gerações mais novas, e assim manter vivas suas tradições. Revela também que mesmo havendo a predominância da linguagem oral – a exemplo a comunicação boca-a-boca – em ações de mobilização social da Aldeia Tamarindo, coexistem outras estratégias de comunicação, a exemplo de celulares com Wi-Fi e de computadores, ainda que em menor frequência. Destaca que a oralidade, a iconografia, o artesanato, o modo de produzir e viver, são traços marcantes da região da Aldeia Tamarindo, constituindo-se então como forma e meio de registro que a comunidade encontra para transmitir para outras gerações, seus saberes e feitos originando assim os legados históricos que se constituem em patrimônios demarcados no tempo e no espaço, devem ter o devido reconhecimento da comunidade Guajajara no Estado do Maranhão.

Keywords