Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Apr 2010)
Adesão ao rastreamento mamográfico oportunístico em serviços de saúde públicos e privados Adherence to the opportunistic mammography screening in public and private health systems
Abstract
OBJETIVO: avaliar a adesão às recomendações para o rastreamento mamográfico oportunístico do câncer de mama. MÉTODOS: estudo prospectivo que acompanhou 460 mulheres na cidade de Taubaté, São Paulo, Brasil, das quais 327 foram atendidas em serviços de saúde públicos e 133 em Serviços privados, durante período de cinco anos após a realização de mamografia índice. Analisamos a prevalência de repetição da mamografia, as taxas de adesão e os fatores preditivos associados ao rastreamento mamográfico vigente. As associações dos desfechos com as variáveis independentes foram estudadas pela obtenção dos riscos relativos (RR) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). O cálculo das razões de prevalência ajustadas foi realizado pela técnica de regressão de COX. RESULTADOS: apesar de mais de 90% das entrevistadas terem repetido pelo menos uma vez o exame de mamografia, a adesão correta às recomendações do rastreamento mamográfico, com a repetição do procedimento a cada 24 meses, revelou taxas muito baixas (ao redor de 30%) na amostra estudada. Os fatores preditivos associados à adesão ao rastreamento mamográfico relacionaram-se com o acesso diferenciado aos serviços de saúde, públicos ou privados (RR=1,77; IC95%=1,26-2,48) e com a presença de rastreio prévio (RR=3,07; IC95%=1,86-5,08). CONCLUSÕES: ocorreu baixa adesão às recomendações do rastreamento mamográfico oportunístico do câncer de mama em ambos os segmentos populacionais estudados.PURPOSE: to assess compliance with the recommendations for opportunistic breast cancer screening by mammography. METHODS: 460 women from the town of Taubaté, São Paulo, Brazil, were followed-up prospectively after the index mammography, 327 of them attended by the public health system and 133 by the private system. We evaluated the prevalence of mammography repetition, the adherence rates and predictive factors associated with the current recommendations of mammographic screening. The association of the outcomes with the independent variables was studied by obtaining the risk rates (RR) and the respective 95% confidence intervals (95%CI). The adjusted prevalence rates were calculated by the COX regression model. RESULTS: although more than 90% of the studied women repeated the mammography at least once, the rate of correct compliance with the recommendations of mammographic screening, with repetition of the procedure every 24 months, was low (about 30% of the study sample). The preditive factors associated with compliance with mammographic screening were related to the unequal access to public or private healthcare services (RR=1.77; 95%CI=1.26-2.48) and to previous screening (RR=3.07; 95%CI=1.86-5.08). CONCLUSION: we concluded that compliance with the recommendations of opportunistic mammographic screening for breast cancer was low in both studied population segments.
Keywords