Visualidades (Dec 2017)

Para uma arte afirmativa, o exercício da liberdade: a problemática do espectador conforme Frederico Morais

  • Tamara Silva Chagas

DOI
https://doi.org/10.5216/vis.v15i2.39493
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 2
pp. 119 – 136

Abstract

Read online

O presente artigo trata de uma pesquisa teórica que visa delinear a emergência de um espectador atuante, elemento constituinte da obra, durante a pós-modernidade, e destacar a contribuição do crítico de arte Frederico Morais para tal debate. Usamos como referencial teórico textos do crítico citado, de Brian O’Doherty (2002) e de Herbert Marcuse (2005). Veremos que, para Morais, a experiência criativa do público, em contato com as propostas engajadas da arteguerrilha (em plena vigência do AI-5), poderia instigar o espectador a tomar um posicionamento diante da conjuntura política do país à época. Morais, em consonância com as reflexões de Herbert Marcuse, defendeu a imersão do público no ato criador como um exercício libertário capaz de retirar o espectador-sujeito de estruturas sociais excludentes. Abstract This article is a theoretical research that aims to trace the emergence of an active spectator as an element of the artwork during post-modernity and highlight the contribution of the Brazilian art critic Frederico Morais for this debate. We use as referential some texts written by Frederico Morais, Brian O'Doherty and Herbert Marcuse. We will see that, according to Morais, the creative experience of the public could instigate him to take a position on the Brazilian political situation. Morais, in line with Herbert Marcuse’s texts, defends the public's immersion in the creative act as a libertarian exercise that can free the spectator of exclusionary social structures. Resumen El presente artículo se centra en una investigación teórica que tiene el objetivo de esquematizar la manifestación de un espectador actuante, elemento constituyente de la obra, durante la posmodernidad, y destacar el aporte del crítico de arte brasileño Federico Morais para dicho debate. Como referencial teórico, utilizamos textos del mencionado crítico, de Brian O’Doherty (2002) y de Herbert Marcuse (2005). Percibiremos que, para Morais, la experiencia creativa del público, en contacto con las propuestas comprometidas del arte-guerrilla (en plena vigencia de la Dictadura Militar en Brasil - AI-5) podría instigar al espectador a posicionarse ante la coyuntura política del país en aquella la época. Morais, en concordancia con las reflexiones de Herbert Marcuse, defendió la inmersión del público en el acto creador, como un ejercicio libertario capaz extraer al espectador-sujeto de estructuras sociales excluyentes.