Cadernos de Saúde Pública (Oct 2003)
Fertility and reproductive history of sterilized and non-sterilized women in Campinas, São Paulo, Brazil Fecundidade e história reprodutiva de mulheres laqueadas e não laqueadas de Campinas, São Paulo, Brasil
Abstract
This article compares sterilized and non-sterilized women in relation to socio-demographic characteristics, reproductive history, and cohabitation status. Women from 30 to 49 years of age and residing in Campinas, São Paulo State, Brazil, were interviewed with a pre-tested and structured questionnaire: 236 women sterilized at least five years before the interview and 236 non-sterilized women. The sterilized women were significantly more likely to be married or cohabiting, to be younger when they began cohabiting, and to have been in the union longer than the non-sterilized women. They also began childbearing at an earlier age and had a history of more pregnancies and more live births than non-sterilized women. Factors associated with a history of 3 or more live births at the time of the interview were surgical sterilization, younger age at first childbirth, older age at the interview, recognition of fewer contraceptive methods, and lower per capita income. The article concludes that sterilization generally appears to be the consequence of higher fertility in a group of women who initiate childbearing early in life, although its role in preventing these women from having even larger families may also have a demographic impact.São comparadas as características sócio-demográficas, da história de co-habitação e da vida reprodutiva de mulheres laqueadas e não laqueadas. Com um questionário estruturado e pré-testado, entrevistaram-se 236 mulheres de 30 a 49 anos de idade, laqueadas há pelo menos cinco anos e o mesmo número de não laqueadas, emparelhadas por idade e local de residência. Entre as laqueadas, em comparação com as demais, foi maior a proporção de mulheres unidas, com mais anos de união e que começaram mais jovens a viver com um companheiro; com maior número de gravidez e filhos vivos, e que haviam tido o primeiro filho com menor idade. A análise por regressão logística apontou que ter feito laqueadura, ser mais jovem quando nasceu o primeiro filho, ter maior idade por ocasião da entrevista, referir conhecer um menor número de métodos contraceptivos e apresentar menor renda individual estavam associados ao maior número de nascidos vivos (3 ou mais). Concluiu-se que, apesar do possível impacto demográfico, a opção pela esterilização cirúrgica parece ser conseqüência de uma maior fecundidade no grupo de mulheres que iniciaram precocemente a vida reprodutiva.
Keywords