Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Dec 1990)

Cura espontânea da leishmaniose causada por Leishmania Viannia Braziliensis em lesões cutâneas

  • Jackson Maurício Lopes Costa,
  • Kyola Costa Vale,
  • Flávio França,
  • Ana Cristina R. Saldanha,
  • Joilda Oliveira da Silva,
  • Ednaldo L. Lago,
  • Philip D. Marsden,
  • Albino V. Magalhães,
  • Conceição de Maria P. e Silva,
  • Artur Serra Neto,
  • Clóvis Eduardo S. Galvão

DOI
https://doi.org/10.1590/S0037-86821990000400004
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 4
pp. 205 – 208

Abstract

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Os autores relatam que durante 14 anos de trabalho clínico em campo, realizado nas comunidades de Três Braços e Corte de Pedra, Bahia, acompanharam 1.416 pacientes portadores de Leishmaniose Tegumentar Americana, cuja espécie envolvida na transmissão, é predominantemente a Leishmania Viannia brasilienses. A terapêutica utilizada rotineiramente nos casos é o antimoniato-N-metilglucamina (Glucantime). Contudo, 16 pacientes do sexo masculino recusaram-se a utilizar a medicação e 6 do sexo feminino encontravam-se em período gestacional, portanto não utilizaram o medicamento. Estes pacientes foram acompanhados por um período entre 4 a 12 anos, a partir do diagnóstico. Observou-se que em 9 pacientes (40,9%) desta casuística, o tempo de cicatrizaçâo após o aparecimento da lesão, pode ser calculado em 6 meses de evolução. Quando se eleva a observação para 12 meses, temos que 19 pacientes (86,3%) cicatrizaram suas lesões neste período. Em 3 casos (13,6%) as lesões permaneceram ativas por mais de 12 meses. Conclui-se que os determinantes da cicatrizaçâo natural das lesões produzidas por Leishmania Viannia Braziliensis permanecem desconhecidos, dificultando para nós entendermos e compararmos aos efeitos das drogas utilizadas no tratamento da leishmaniose tegumentar.

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