Revista de Estudos da Linguagem (Jun 2017)
Efeitos de distância linear e marcação no processamento da concordância verbal variável no PB
Abstract
Este artigo investiga o papel de distância linear entre sujeito e verbo e de marcação morfológica de número no sujeito e no verbo no processamento da concordância verbal variável no português brasileiro (Ex.: Policiais Militares, após denúncia, prendeØ/ prendem traficante). Tomando como ponto de partida estudos sobre o processamento da concordância – baseados em dados de compreensão e de produção dos denominados erros de atração (Ex.: O tecido das cortinas rasgaram) – e resultados de pesquisas sobre a concordância variável realizadas no contexto da Sociolinguística Variacionista, foi elaborado um experimento de leitura conduzido por meio de uma maze task. Os resultados obtidos sugerem que a distância tem impacto na computação dos traços de número no verbo: tempos de reação significativamente menores foram registrados nas condições de distância longa. Além disso, a marcação de número do sujeito (singular/plural) e do verbo também se mostrou relevante. Sujeitos plurais parecem ser mantidos na memória de forma mais robusta e estabelecer restrições mais pesadas na computação da concordância do que sujeitos singulares, mesmo no contexto de falantes expostos à variação linguística em que marcas não redundantes são atestadas.