Revista Diálogo Educacional (Mar 2024)

inclusão perversa

  • Fábio Alves Gomes,
  • Marck de Souza Torres,
  • Valter Luciano Gonçalves Villar

DOI
https://doi.org/10.7213/1981-416X.24.080.AO06
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 80

Abstract

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A crise sanitária e humanitária causada pela pandemia de COVID-19 no Amazonas teve impactos significativos em diversos setores da atividade humana, incluindo o campo educacional. Neste estudo, foi realizada uma análise sobre como a desigualdade socioeconômica, os desafios geográficos e as deficiências nas políticas públicas de acesso e permanência afetaram os jovens universitários no interior do estado durante o período pandêmico. O estudo contou com a participação de 143 universitários, com idades entre 18 e 44 anos (média de 23,5; desvio padrão de 5,1), sendo 58,7% mulheres cisgênero e 40,5% homens cisgênero. Em relação à raça, 67,1% se autodeclararam pardos e 19% indígenas. Os resultados evidenciaram as dificuldades decorrentes das condições geográficas, socioeconômicas e psicossociais enfrentadas pelos estudantes durante a pandemia. Essas dificuldades revelam mecanismos sutis presentes na dinâmica de inclusão/exclusão, desencadeando sentimentos de ansiedade, depressão e desafios para lidar simultaneamente com os efeitos da pandemia e o ensino remoto. Conclui-se, portanto, que é fundamental estar atento às armadilhas da exclusão, a fim de evitar uma inclusão perversa e a perpetuação do status quo de opressão, invisibilidade, reprodução e agravamento das desigualdades sociais no Amazonas. É necessário empreender esforços contínuos para a constituição de uma educação na região amazônica promotora de justiça social.