Revista Brasileira de História (Jul 2021)

Sergio Moro negacionista? Operação Lava Jato, transparência atualista e negação da política

  • Mateus Henrique de Faria Pereira,
  • Daniel Pinha Silva

DOI
https://doi.org/10.1590/1806-93472021v42n87-08
Journal volume & issue
Vol. 42, no. 87
pp. 135 – 159

Abstract

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RESUMO Este artigo desenvolve a hipótese de que a narrativa de Sergio Moro à frente da Operação Lava Jato se movimentou em torno de modalidades de negacionismo, revisionismo e negação. A negação da política é o pressuposto a partir do qual as investigações deveriam se movimentar. Essa narrativa foi produzida entre 2004 e 2020 por uma força “despolitizada” e moralizadora, vinda de órgãos do judiciário e disseminada pela grande imprensa. Paralelamente à operação italiana Mãos Limpas, Moro e seus acólitos admitiam uma forma de intervenção nos acontecimentos políticos marcada pela ideia de que a operação não era apenas jurídico-investigativa, mas um movimento político capaz de produzir um diagnóstico, uma agenda e mesmo uma “revolução” no país. O evento permitiu a ascensão de Bolsonaro ao centro do sistema político, incorporando o negacionismo e a negação da política oriundos do clima geral.

Keywords