Revista Brasileira de Epidemiologia (Jun 2011)

Avaliação perceptivo-auditiva e fatores associados à alteração vocal em professores Auditory vocal analysis and factors associated with voice disorders among teachers

  • Albanita Gomes da Costa de Ceballos,
  • Fernando Martins Carvalho,
  • Tânia Maria de Araújo,
  • Eduardo José Farias Borges dos Reis

DOI
https://doi.org/10.1590/S1415-790X2011000200010
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 2
pp. 285 – 295

Abstract

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O professor é um profissional que exige muito de sua voz e, consequentemente, apresenta elevado risco de desenvolver alteração vocal durante o exercício do seu trabalho. OBJETIVO: Identificar fatores associados à alteração vocal em professores. MÉTODO: Estudo exploratório do tipo corte transversal que investigou 476 professores do ensino fundamental e médio de escolas municipais da cidade de Salvador, BA. Os professores responderam a um questionário e foram submetidos à avaliação fonoaudiológica perceptivo-auditiva da voz. Para diagnóstico de alteração vocal utilizou-se a escala GRBAS. RESULTADOS: A população do estudo foi composta por 82,8% de mulheres. Os professores do estudo tinham média de idade igual a 40,7 anos, escolaridade superior (88,4%), jornada de trabalho média de 38 horas semanais, média de 11,5 anos de atuação profissional e renda média mensal de R$ 1.817,18. A prevalência de alteração vocal foi de 53,6% (255 professores). A análise bivariada evidenciou associações estatisticamente significantes entre alteração vocal e idade maior que 40 anos (RP = 1,83; IC 95%; 1,27-2,64), histórico familiar de disfonia (RP = 1,72; IC 95%; 1,06-2,80), carga horária semanal maior que 20 horas (RP = 1,66; IC 95%; 1,09-2,52) e presença de pó de giz na sala de aula (RP = 1,70; IC 95%; 1,14-2,53). CONCLUSÃO: O estudo realizado concluiu que os professores com 40 ou mais anos de idade, com histórico familiar de disfonia, com carga horária semanal maior que 20 horas e que lecionam em salas de aula com pó de giz têm maior chance de ter alteração vocal do que os demais.Teachers are professionals who demand much of their voices and, consequently, present a high risk of developing vocal disorders during the course of employment. OBJECTIVE: To identify factors associated with vocal disorders among teachers. METHOD: An exploratory cross-sectional study, which investigated 476 teachers in primary and secondary schools in the city of Salvador, Bahia. Teachers answered a questionnaire and were submitted to auditory vocal analysis. The GRBAS was used for the diagnosis of vocal disorders. RESULTS: The study population comprised 82.8% women, teachers with an average age of 40.7 years, teachers with higher education (88.4%), with an average workday of 38 hours per week, average 11.5 years of professional practice and average monthly income of R$1.817.18. The prevalence of voice disorders was 53.6%. (255 teachers). The bivariate analysis showed statistically significant associations between vocal disorders and age above 40 years (PR = 1.83; 95% CI; 1.27-2.64), family history of dysphonia (PR = 1.72; 95% CI; 1.06-2.80), over 20 hours of weekly working hours (PR = 1.66; 95% CI; 1.09-2.52) and presence of chalk dust in the classroom (PR = 1.70; 95% CI; 1.14-2.53). CONCLUSION: The study concluded that teachers, 40 years old and over, with a family history of dysphonia, working over 20 hours weekly, and teaching in classrooms with chalk dust are more likely to develop voice disorders than others.

Keywords