RevSALUS (Jul 2023)

Relações interpessoais e bem-estar psicológico nos estudantes do ensino superior

  • Manuela Ferreira,
  • Sofia Campos,
  • Eduardo Santos

DOI
https://doi.org/10.51126/revsalus.v5iSup.625
Journal volume & issue
Vol. 5, no. Sup

Abstract

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Introdução: As relações interpessoais influenciam a adaptação dos estudantes, as suas vivências o sucesso académico e a sua satisfação com o curso e com a instituição. Os estudantes necessitam de gerir uma série de mudanças, fazer novos relacionamentos, viver longe dos familiares e amigos, adquirir novas habilidades e aprender a atuar como jovens adultos (Jones et al., 2020) A competência empática nesses relacionamentos é um fenómeno multidimensional que consiste tanto em aspetos cognitivos como afetivos e comportamentais Limpo et al. (2010). Objetivos: Analisar a relação entre as variáveis sociodemográficas os níveis de empatia e a perceção de bem-estar psicológico em estudantes do ensino superior. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo-correlacional, de tipologia transversal, com recurso a uma amostra não probabilística de 538 estudantes do ensino superior maioritariamente feminina (74,21%), com uma média de idades de 21,53±4,53 anos. O protocolo de recolha de dados, de autopreenchimento online, integra um questionário sociodemográfico, a Escala de Medida de Manifestação de Bem-Estar Psicológico (Monteiro et al., 2012) e o Índice de Reatividade Interpessoal de Davis adaptado para a população portuguesa por Limpo et al. (2010). Resultados: O bem-estar psicológico e a empatia estão associados a diferentes construções educativas, tanto intra como interpessoais. O género está estatisticamente relacionado com a empatia dos estudantes, particularmente na preocupação empática (p=0,001) e na fantasia (p=0,001). Os estudantes do género feminino pontuaram mais em todos os fatores que constituem a empatia, principalmente ao nível da preocupação empática. A regularidade com que os estudantes estudam interfere na tomada de perspetiva (p=0,008) e na preocupação empática (p=0,001), onde pontuaram mais os estudantes que estudam diariamente. O desconforto pessoal, a tomada de perspetiva, o género e a preocupação empática são variáveis preditoras do bem-estar psicológico. Conclusão: Os resultados apontam para a importância da tomada de perspetiva e a preocupação empática no bem-estar, sugerindo que quanto mais tomada de perspetiva e preocupação empática têm os estudantes mais bem-estar possuem. Esta nova fase da sua vida apresenta-se como um desafio, podendo ter impacto na sua saúde mental e bem-estar, o que implica um maior investimento nesta área por parte das instituições do ensino superior.

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