Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Dec 2004)
Estudo prospectivo e randomizado de pacientes tratados com e sem stents revestidos com carbeto de silício amorfo para a prevenção da reestenose coronariana. Avaliação ultra-sonográfica Randomized intravascular ultrasound comparison between endoprostheses with and without amorphous silicon-carbide
Abstract
OBJETIVO: A reestenose intra-stent é a maior limitação das intervenções coronárias percutâneas. O carbeto de silício amorfo (SiC-a), substância antitrombótica e antiinflamatória capaz de reduzir a deposição de fibrina, plaquetas e leucócitos sobre o stent, apresenta potencial de prevenir a hiperplasia neo-intimal e a reestenose. MÉTODOS: Estudo prospectivo, randomizado e tipo rótulo aberto comparando pacientes com doença coronariana tratados com e sem stents revestidos com o SiC-a, utilizando a angiografia quantitativa e o ultra-som intracoronário. Foram incluídos 100 pacientes (50 em cada grupo) a fim de mensurar o volume de hiperplasia neo-intimal intra-stent/extremidades. Como os stents comparados apresentavam extensões diferentes, o volume de hiperplasia foi analisado em valores absolutos (por paciente) e relativos (por milímetro de extensão do stent). Avaliaram-se ainda os eventos cardíacos maiores e os resultados da angiografia quantitativa. RESULTADOS: Os grupos apresentaram características de base semelhantes. Todos os pacientes foram tratados com sucesso. No 6° mês de evolução foram reestudados 94% dos casos dos dois grupos, obtendo-se ultra-som em 92%. O volume de hiperplasia neo-intimal absoluto foi significativamente maior nos tratados com os stents revestidos (51.2 DP 18.8 mm³ vs 41.9 DP 16.4 mm³; p=0.014), porém o relativo foi semelhante (2.9 DP 1.0 mm³/mm stent vs 2.5 DP 0.9 mm³/mm stent; p=0.108). A obstrução volumétrica da luz também foi similar (36.4 DP 11.1% vs 37.9 DP 10.9%; p=0.505). O diâmetro mínimo da luz (1.9 DP 0.7 mm vs 1.8 DO 0.6 mm; p=0.552), a reestenose (19.1% vs 17%; p>0.999) e a revascularização do vaso-alvo (16% vs 14%; p>0.999) não diferiram. CONCLUSÃO: Os stents revestidos apresentaram resultados clínicos, angiográficos e ultra-sonográficos similares aos controles.OBJECTIVE: In-stent restenosis remains a major limitation following coronary stent implantation. Amorphous silicon-carbide (a-SiC) coating has been shown to improve stent biocompatibility, therefore, reducing local inflammation and thrombus generation. Due to the latter, a-SiC coating might have an impact on the prevention of neointimal hyperplasia (NIH) and restenosis. METHODS: This prospective, randomized, open-label trial compared a-SiC-coated (group A) versus uncoated (group B) stent implantation in de novo lesions. We included 100 patients (50 patients in each group) and the primary end-point was in-stent volume of NIH measured by intravascular ultrasound. RESULTS: All patients underwent successful stent deployment. Although absolute NIH volume was greater in A (51.2 mm³ SD 18.8 mm³ versus 41.9 mm³ SD 16.4 mm³; P = 0.014), relative (divided per mm of stent length) NIH volume was similar (2.9 mm³/mm stent SD 1.0 mm³/mm stent versus 2.5 mm³/mm stent SD 0.9 mm³/mm stent; P = 0.108). Late loss, restenosis, and major adverse cardiac events (MACE) were similar. CONCLUSION: A-SiC-coated stents did not reduce either NIH or MACE at long-term follow-up.
Keywords