Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

ANÁLISE DE LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS: IDENTIFICAÇÃO DE VARIABILIDADE ENTRE CENTROS BRASILEIROS DA ALIANÇA AMARTE E IDEALIZAÇÃO DE UM GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA EQUALIZAR PROCEDIMENTOS

  • AF Oliveira,
  • AM Wagner,
  • DMV Avelar,
  • F Gevert,
  • GH Oliveira,
  • LC Nascimento,
  • MF Caleffi,
  • MV Ikoma-Colturato,
  • MP Beltrame,
  • R Pontes

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S644 – S645

Abstract

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O exame de rotina de líquido cefalorraquidiano (LCR) é utilizado como auxiliar no diagnóstico, estratificação de risco e definição terapêutica de neoplasias hematológicas que acometem sistema nervoso central (SNC). A Aliança AMARTE é uma organização cooperativa que envolve 31 centros brasileiros de oncologia pediátrica com os objetivos de equalização do diagnóstico, acesso ao tratamento e melhora da sobrevida dos pacientes oncológicos pediátricos no Brasil. Objetivo: Identificar entre os centros da aliança AMARTE como é feita análise liquórica incluindo as etapas de punção lombar, análise laboratorial do LCR, disponibilidade de imunofenotipagem por citometria de fluxo (ICF) e quimioterapia intratecal em pacientes pediátricos com neoplasias hematológicas. Metodologia: Foi elaborado um questionário a ser respondido pelos centros da Aliança AMARTE incluindo questões sobre as etapas de punção a análise LCR. Após, os participantes se organizaram em subgrupos para revisão de literatura e escrita de um guia de recomendações para coleta e processamento de LCR. Resultados: 21 centros responderam o questionário. Da coleta de LCR: 61,9% dos centros tem um profissional exclusivo para os procedimentos e todos dispõe de analgesia/sedação (61,9% realizada por anestesista); 76% realizam coleta por gotejamento e o volume coletado foi variável entre as instituições, com 45% entre 1 e 2ml e cerca de 40% acima de 4ml; o tempo de decúbito com elevação das pernas foi de 1 hora em 22%, sendo a maioria dos centros com tempo de 30 minutos. Da infusão de quimioterapia: administração é realizada por seringa única em 54,2% dos centros; o tempo entre preparo e administração foi de até 2 horas em 91,7% dos centros; volume coletado, os quimioterápicos e o corticóide utilizados variaram entre os centros e foram de acordo com protocolo de tratamento utilizado. Da amostra/análise: o tempo de processamento de amostras foi de até 1 hora em 12/20 centros respondedores e entre 2-3h em 3 centros (utilização de conservante); 85,7% dos centros fazem análise citomorfológica independente da contagem de células sendo 52,4% realizada por bioquímico; 11/21 tem avaliação liquorica por ICF disponível, e na maioria dos centros é realizada ao diagnóstico ou na suspeita de recaída. O guia de recomendações gerado a seguir contemplou 4 partes: I- Punção lombar e coleta de LCR, II- Quimioterapia intratecal, III- Processamento do LCR, IV- Análise Imunofenotípica de LCR. Conclusão: O questionário permitiu identificar uma variabilidade nas etapas de coleta, manuseio de quimioterapia intratecal e análise de LCR no cenário brasileiro, com possibilidade de impacto direto no sucesso terapêutico dos pacientes pediátricos. Esses achados justificaram a criação de um guia de boas práticas em punção e análise de LCR, baseado em literatura e experiência dos centros participantes, com o objetivo de equalizar a rotina do oncologista/hematologista pediátrico, obter reprodutibilidade dos processos e o benefício final dos pacientes pediátricos.